O sonho de Pio Júnior continua assinalado no seu mapa de aventuras no futebol

Depois de um mês sem competir, devido à Covid-19, o Anadia FC venceu, no último sábado, o SC Espinho por 1-0. Coube a Pio Júnior a responsabilidade de cobrar o penálti que deu o triunfo à sua equipa, que segue invicta na Série D do Campeonato de Portugal. O avançado, que já se aventurou além-fronteiras, assume que o seu regresso a Portugal se deveu ao desejo de cumprir o sonho de jogar num patamar superior do nosso futebol. Aos 31 anos, acredita que é possível alcançar essa meta com a camisola do Anadia FC.

Pio Júnior foi o autor do único golo da sua equipa no triunfo frente ao SC Espinho, a contar para a Série D do Campeonato de Portugal, na qual o Anadia FC é o único clube sem derrotas. O ponta de lança considera que “o jogo não foi fácil, depois de um mês sem competição”. “É normal que tivesse havido alguma ansiedade no início, que acabou por ser dissipada após termos alcançado o golo da vitória cedo. Soubemos abordar o jogo de forma inteligente, e a vitória era o resultado de que estávamos a precisar depois da derrota na Taça de Portugal. Agora, com três jogos em atraso, temos uma janela de oportunidade para atacarmos os lugares cimeiros”, afirma, ele que, curiosamente, foi derrotado, recentemente, pelo clube onde começou a jogar futebol.

“Foi uma coincidência, porque fomos eliminados da Taça pelo Estrela da Amadora, clube onde comecei a minha aventura no futebol, quando tinha 15 anos. Felizmente, tivemos a capacidade de superar esse resultado com a vitória frente ao Sporting de Espinho, caso contrário podia abrir-se um fosso na classificação”, admite.



Depois de dois anos no Estrela da Amadora, Pio Júnior passou pelo Olivais, onde se estreou como sénior, pelo Damaiense e pelo Atlético de Reguengos. A vontade de experimentar o futebol fora de Portugal levou-o a agarrar uma oportunidade na Ásia, para jogar no Benfica de Macau. “Queria sair da minha zona de conforto e a nível financeiro também foi bom, porque queria a minha independência a esse nível. Tinha 22 anos, ia para algo desconhecido, mas acabou tudo por correr bem”, refere.

Pio Júnior foi vice-campeão pelo Benfica de Macau, apontando 16 golos em 17 jogos. Admite ter ficado agradavelmente surpreendido com “um país muito desenvolvido” e elogia um “clube que proporcionava excelentes condições aos jogadores”. “Foi muito positivo, pela organização e também pelo campeonato, que podia até ser melhor, já que apenas metade dos clubes investe em plantéis com jogadores mais experientes e com mais qualidade”, revela.



O avançado regressaria à Europa para jogar no Ayia Napa, do Chipre, onde chegou a ser campeão da 2.ª Liga. Só que, nos tempos que se seguiram, “uma série de peripécias” originaram uma fase menos positiva na carreira. “Tinha dois anos de contrato, mas rescindi e fui para o Havant & Waterlooville, de Inglaterra. As coisas não me correram bem e fiquei um ano sem jogar”, recorda, ele que acabaria por regressar a Macau, desta feita para jogar no Sporting de Macau.

“Ainda bem que não sou nem do Benfica nem do Sporting. Foi por isso que não pesou tanto a camisola. No meu regresso a Macau, tive uma boa prestação, com 14 golos em 19 jogos. Na altura, regressei porque já tinha feito amizade com jogadores que também foram para o Sporting. Veio a calhar porque precisava de ganhar ritmo, após um ano sem jogar, e em termos financeiros também foi importante”, explica.



Após as aventuras fora de portas, Pio Júnior decidiu regressar ao nosso país para jogar no Cinfães, porque sempre teve “o sonho de jogar num patamar superior em Portugal”. “Tinha 26 anos e vinha de duas épocas a fazer muitos golos e a ganhar confiança. Abracei o projeto do Cinfães porque achei que era uma boa porta de entrada. Fiz uma boa época. Na altura, surgiram alguns interessados da 2.ª Liga, mas nada disso se concretizou”, afirma, ele que ainda alinhou em clubes como o Fátima, o Sintrense, a União de Santarém e o 1.º Dezembro, até vestir a camisola do Anadia FC.

“Ainda é possível alcançar o meu sonho. Sou uma pessoa que se cuida muito e cada vez mais se veem jogadores a saltar do Campeonato de Portugal para a 2.ª Liga, independentemente da idade. Posso dar o exemplo do Hugo Machado que, com 38 anos, saiu do Loures para jogar no Cova da Piedade. Nunca se sabe. Tenho de continuar a trabalhar, com os pés bem assentes na terra”, sublinha, admitindo que a prioridade “é andar nos lugares cimeiros com o Anadia FC”. “Até poder vir a ser possível cumprir o meu sonho com a equipa que represento. Temos o objetivo de lutar pela subida à 2.ª Liga”, conclui.

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19 de Janeiro de 2021
Vítor Hugo Carmo
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