Médio Jorge Neves calçou as luvas e segurou triunfo do Mosteirô FC

Tempo de compensação, jogo prestes a terminar e grande penalidade assinalada. A situação, por si só, não é incomum, mas torna-se especial quando daí resulta uma defesa de um jogador de campo, que no momento substitui o guarda-redes expulso. Que o diga Jorge Neves, médio do Mosteirô FC que, no passado domingo, parou o castigo máximo que favorecia o Paços de Brandão e que, no último minuto de jogo, podia ter dado o empate aos brandoenses.

“Foi uma mistura de sentimentos. O árbitro deu dez minutos de compensação, que achámos exagerado. Depois, marcou um penálti um bocado duvidoso, o guarda-redes foi expulso, e isso gerou alguma revolta. Precisamos de pontos e voluntariei-me”, diz-nos o jovem, que encarou o momento com uma positividade talvez difícil de imaginar, tendo em conta o contexto. 

“Olhei para a cara do jogador que ia bater e pensei que ia mandar para aquele lado”, garante, admitindo, ainda assim, que “se ele mandasse para o outro, não podia fazer nada”. A verdade é que o médio adivinhou as intenções do adversário, lançou-se para a bola determinado e parou o remate “com o pé”. “Aquilo foi o momento. Fui para o lado que a bola foi”, assume Jorge Neves, cuja história no futebol se cruza, esporadicamente, com a guarda das balizas.

“Já tinha ido à baliza duas ou três vezes. Ofereço-me sempre”, garante, enquanto recorda um outro pénalti “contra o FC Porto, no Olival”, que terminou com a bola a beijar o poste, e um jogo contra o Espinho, em que esteve “uns dez minutos na baliza”.

O certo é que Jorge Neves segurou uma vantagem fundamental para o Mosteirô FC, depois do golo de Alex, ainda na primeira parte, que permite ao clube respirar melhor na 1.ª Divisão Distrital, numa altura em que luta afincadamente pela fuga à despromoção. “Foi uma emoção tão grande que é qualquer coisa de impressionante. Isto é o futebol”, regozija-se, contente pelas “brincadeiras, com Buffon para aqui, David de Gea para ali” e com os festejos junto dos colegas, “num bar”, naquele que considera ter sido “o prémio do jogo”. 

Agora, o foco passa por dar continuidade aos bons resultados e por voltar à posição, já que, admite o médio, jeito para a baliza é característica que lhe foge. “Não tenho jeito nenhum, e isso dá para ver no vídeo. Mas, às vezes, não interessa o jeito, mas sim a eficácia”, aponta, ele que tem em “Xavi e Iniesta” os grandes modelos no futebol.

24 de Abril de 2018
Pedro Fernandes
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