Lugar cativo: “O futebol sem adeptos é como uma refeição sem sal”

António Melo respeita as suas raízes e o futebol ajuda-o a manter o contacto com a sua terra. Adepto do SC Paivense e a viver em Oliveira de Azeméis há 30 anos, não deixa de acompanhar a sua equipa nos jogos em casa. Não é um sacrifício, mas uma prova de amor, como outras que foi demonstrando ao longo dos tempos, nas tristezas e nas alegrias. Agora, António Melo aguarda pelo regresso do futebol para se poder sentar na bancada do Estádio Municipal da Boavista a apoiar o clube do coração.

Foi aos 16 anos que António Melo se tornou sócio do SC Paivense, numa altura em que trabalhava em Penafiel e viu o primeiro jogo do clube da sua terra frente à equipa da empresa para a qual trabalhava. A partir daí, a ligação não mais se perdeu.

“Vi o clube na 3.ª Divisão Nacional e nos distritais, a descer e a subir. Era muito raro falhar um jogo. Quando o Paivense estava nos Nacionais, havia grande duelos com o Amarante e com o Marco. Dessa altura recordo jogadores de qualidade como o Domingos, o Sousa, o Ramadas, o Nelinho e o Barbosa. Se calhar, agora já ninguém sabe quem eles são, mas eram bons jogadores”, recorda.

António Melo acabaria por mudar de local de residência para Oliveira de Azeméis, onde vive há 30 anos. O adepto assegura que a distância não o impediu de continuar a apoiar uma equipa que gosta de “seguir para todo o lado”. “Sempre que podia, a não ser por doença ou questões profissionais, lá estava a ver os jogos em Castelo de Paiva. Por acaso, até tinha mais facilidade de ver os jogos fora de casa, por viver mais a sul”, afirma, confessando que “são as raízes” que o mantêm ligado ao futebol. “É a minha terra. Aquele clube é como uma família”, afirma.



O adepto lamenta os efeitos da pandemia de Covid-19 para os amantes de futebol, mas compreende que “em primeiro lugar está a saúde e o bem-estar da população”. “Para o bem do desporto, acredito que os adeptos vão estar de regresso aos estádios mais depressa do que se pensa. O futebol sem adeptos é como uma refeição sem sal. Até lá, há que continuar com todos os cuidados”, defende, lembrando que chegou “a ajudar o Paivense num momento em que alguns o abandonaram”.

“Há três anos, o clube estava a passar por algumas dificuldades. Recordo-me que a equipa foi jogar com o Beira-Mar e eu paguei o almoço. O mister Correia sugeriu que eu dividisse a conta, mas eu queria ajudar e paguei tudo. Mais tarde, num ano em que conseguiram a manutenção, paguei um almoço ao plantel, depois de um jogo com a Ovarense, pelo objetivo conquistado”, conclui.

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6 de Fevereiro de 2021
Vítor Hugo Carmo
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