Cátia Balona e o futsal de alta intensidade ao serviço do Novasemente/Cavalinho

Vive no paradigma de estar em constante superação, seja na vida profissional ou no futsal. Cátia Balona é “personal trainer”, acorda às 6 horas da manhã para dar as primeiras aulas e termina o dia em alta rotação na “quadra”. A ala marcou um dos três golos da recente vitória do Novasemente/Cavalinho na receção à Quinta dos Lombos (3-1), que vale à equipa de David Lopes a subida ao 4.ª lugar da fase de apuramento de campeão da 1.ª Divisão Nacional. A jogadora diz-se determinada em continuar a correr atrás dos seus sonhos no futsal.

Aos 32 anos, Cátia Balona lembra que “a idade é um posto”, ou não acreditasse que o seu “metabolismo” no futsal está devidamente apurado para poder continuar realizar os seus desejos. “Quando queremos muito uma coisa não há nada que nos possa fazer parar até a conseguirmos. Nem a idade é uma barreira, até porque me sinto mais jovem do que os anos que tenho. Vou fazer tudo para continuar a jogar e ser campeã nacional, algo que ainda não consegui, e também tenho o sonho de regressar à Seleção nacional”, garante, ela que, no último jogo do Novasemente/Cavalinho, foi um elemento determinante no triunfo sobre a Quinta dos Lombos.

“Estamos a começar a colher os frutos do trabalho desenvolvido, depois de um início menos bom. As coisas estão a começar a sair como pretendemos. A equipa já se conhece melhor dentro da “quadra”, até porque, depois de algumas mudanças, não é de um dia para o outro que se consegue criar entrosamento. Agora, o nosso futsal está a fluir”, sublinha.

No entanto, a ala considera que a nível individual a época não “está a correr como o esperado, devido à pandemia e ao trabalho”. Os dias da “personal trainer” são vividos entre o trabalho e o futsal, o que os torna esgotantes. “A minha vida profissional não me permite descansar o que devia. São muitas horas a dar treino, logo desde as 6 horas da manhã. Quando chego ao treino, já estou um pouco cansada”, confessa, realçando que é a paixão pelo trabalho e pelo desporto que a mantém focada.

“Não é fácil gerir as duas coisas, mas eu amo aquilo que faço, e tudo o que se faz por gosto é insubstituível. Não me importo de acordar bastante cedo nem de chegar a casa à meia-noite depois de um dia de trabalho e de um treino. Claro que, ao final de alguns meses, o corpo começa a sentir, porque o descanso é muito importante”, admite.



Mesmo perante a intensidade da sua rotina, a jogadora garante que nada a faz desviar-se das suas responsabilidades, mesmo quando o corpo está sujeito a um esforço constante. “Nada justifica que eu seja poupada. Tenho de me dedicar nos treinos tal como as minhas colegas. Toda a gente tem a sua vida pessoal e nós temos de saber gerir as duas coisas. Todas juntas, trabalhamos para a equipa, independentemente do resto”, refere, ela que considera que se tornou numa “jogadora diferente dos primeiros tempos” na modalidade. “Sou uma jogadora mais ponderada, que pensa mais o jogo e no coletivo. Não sou jogadora de driblar, mas de aproveitar a velocidade de forma inteligente. O meu trabalho ajuda-me na parte física, porque me faz ter mais cuidado com a alimentação e a recuperação muscular”, explica.

Com duas internacionalizações e uma Supertaça conquistada pela Novasemente/Cavalinho, a ala teve a oportunidade de jogar em Itália durante duas épocas, numa carreira que chegou a ser afetada por duas lesões graves num joelho. Apesar disso, Cátia Balona acredita que, “estando bem fisicamente e fazendo reforço muscular”, vai continuar a estar “a um nível competitivo exigente como o da 1.ª Divisão”, ela que recorda a importância da aventura “transalpina” na sua carreira.

“Adorei jogar em Itália. Todas as jogadoras deviam passar por essa experiência, se tiverem a possibilidade de o fazer. Estar longe da família e fora da zona de conforto fez-me crescer muito e olhar para o futsal com uma perspetiva mais profissional, sobretudo pela forma como os italianos o valorizam. Em Itália ou em Portugal, a verdade é que o futsal fez de mim uma pessoa mais forte”, conclui.

Fotografia
Nuno Vasconcelos

6 de Abril de 2021
Vítor Hugo Carmo
geral@afatv.pt
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