No distrito de Aveiro, imperam o fair-play e o desportivismo

O distrito de Aveiro continua a marcar a sua posição como uma das capitais do fair-play no desporto. Os gestos de desportivismo multiplicam-se, como que se atraindo mutuamente, originando histórias que impressionam pela sinceridade e bondade.

O início do mês foi particularmente profícuo em momentos em que a ética no desporto prevaleceu. PARC e CD Cucujães acordaram disputar o jogo que opunha os dois clubes no escalão de juniores à porta fechada devido a distúrbios verificados nas bancadas uma semana antes, no duelo entre ambos a contar para o Campeonato Grande Hotel, tal como a AFA TV noticiou.

No dia anterior, no Luso, defrontavam-se as equipas de benjamins B de CD Luso e Pampilhosa. A ficha de jogo continha o nome de apenas uma menina, Bárbara Duarte, do lado dos ‘ferroviários’. Terminada a partida, e percebendo que o Campo Jorge Manuel apenas dispunha de um balneário para cada equipa, o delegado do Pampilhosa perguntou ao árbitro, Hugo Oliveira, se Bárbara podia utilizar o seu vestiário para tomar banho. “Achei uma boa ideia. Disse-lhes para estarem à vontade”, conta o árbitro.

Apesar da chuva que caía, Hugo aguardou pacientemente. No final, todos lhe agradeceram o gesto, simples mas belo. Ao longo da carreira, o árbitro habituou-se a situações do género. “A minha chefe de equipa é a Soraia Teles, e já aconteceram situações em que as meninas lhe pediram isso. Este ano, foi a primeira vez que aconteceu, mas já tinha acontecido noutros anos”, explica.

Sinceridade de Rafa valeu-lhe um cartão branco
No passado sábado, foi a vez de Rafael Ferreira dar uma lição de desportivismo. O jovem guarda-redes do São Vicente Pereira admitiu que cometeu uma grande penalidade no jogo com o Valecambrense, em infantis B.

O lance aconteceu no último minuto do jogo, numa altura em que a sua equipa vencia por 2-1. “Acertei com os pés no jogador e até podia tê-lo aleijado. Os meus colegas ainda começaram a reclamar, mas disse-lhes que era penálti”, recorda o jovem guardião, de 11 anos, que viu o adversário rematar ao lado na conversão da grande penalidade.

O São Vicente Pereira venceu o jogo e o futebol aveirense ganhou um novo herói, que tem na honestidade o seu superpoder. “Admiro muito o Rafa. É o único guarda-redes da equipa, mas não falta a um treino e treina sempre com a mesma vontade”, refere o seu treinador, Emanuel Boturão.

Rafael Ferreira viu o árbitro Ricardo Pinho exibir-lhe um cartão branco pela sua sinceridade, a advertência que o momento exigia. Que o seu exemplo contagie outros a segui-lo.

Fotografia
Associação Recreativa e Cultural de São Vicente Pereira | Sports and girls

20 de Novembro de 2019
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