Aprenda a lidar com o isolamento social

A pandemia da Covid-19 entrou nas nossas vidas de forma repentina, sem aviso prévio, virando do avesso o quotidiano de todos os portugueses. As rotinas às quais nos fomos habituando foram bruscamente adaptadas a um plano coletivo de contenção da propagação de um vírus que está a fazer parar o mundo.

Dado que uma das formas de contágio tem como base o contacto próximo entre pessoas, a rápida expansão da Covid-19 obrigou-nos a uma situação de isolamento social, por forma a nos mantermos em segurança e não colocarmos os outros em risco.

Uma mudança tão rápida e tão drástica quanto esta pode potenciar sentimentos como a ansiedade e o medo, relativamente à nossa saúde e à das outras pessoas; solidão; preocupação, por ficarmos afastados do trabalho e pelo facto de não podermos sair de casa e cumprirmos as nossas rotinas habituais; frustração e aborrecimento; angústia; revolta, por estarmos em isolamento ou pensarmos que poderemos ser expostos ao vírus devido à negligência de outras pessoas; incerteza; tristeza; medo; e falta de esperança, que pode levar ao desejo de consumir álcool e drogas, alterar o nosso apetite e mudar os nossos hábitos de sono.

Estas são reações primitivas, difíceis de controlar, e exigem um esforço, por parte de cada um de nós, para que esta experiência, que poucos imaginariam ser possível na era moderna, se torne suportável. Para o psicólogo Pedro Assis, manter-se informado e compreender o risco é fundamental. “Procure estar atualizado sobre o que se passa, mas limite a sua exposição a notícias que possam aumentar a sua ansiedade e preocupação. Escolha fontes de informação de instituições oficiais (como os sites da DGS e OMS ou SNS24) e consulte-as uma a duas vezes por dia. Não tenha medo de saber e fazer perguntas sobre a doença, o diagnóstico e o tratamento a profissionais de saúde”, diz o especialista, tendo como base as recomendações da Ordem dos Psicólogos Portugueses e da Organização Mundial de Saúde.

Pedir ajuda e manter-se em contacto com amigos e familiares, através do telefone ou das redes sociais, é extremamente importante, pois “falar com pessoas de quem gosta e em quem confia é uma das melhores formas de reduzir a ansiedade, a solidão ou o aborrecimento durante o período de isolamento”.

O tempo livre, agora bem mais alargado do que era habitual, pode ser passado a ler um livro ou a ver filmes, séries ou os seus programas favoritos. “Envolva-se em atividades e tarefas que lhe deem prazer e tranquilidade e aproveite para fazer coisas para as quais não costuma ter tempo”, sugere Pedro Assis, que sublinha a necessidade de manter as rotinas e as atividades habituais, dentro do possível. Para além disto, é essencial fazer exercício, ter uma alimentação equilibrada e manter a confiança de que tudo vai correr bem.

Se experienciar stresse, nervosismo ou ansiedade extremas, se tiver dificuldades em dormir, se está a comer de mais ou de menos, se se sente incapaz de realizar as atividades do dia a dia ou se sente o desejo de consumir álcool e drogas para lidar com a situação, a Ordem dos Psicólogos Portugueses, juntamente com o SNS24, aumentou o número de psicólogos disponíveis para o ajudar. Basta ligar para o 808 24 24 24.

Fotografia
Norbert Kundrak | Pexels

23 de Março de 2020
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