Retoma confirmou dotes de Tiago Coelho como guarda-redes avançado

A perder por 2-0, já na segunda parte do jogo com a PARC, o FC Barcouço recorreu a uma das suas armas para tentar inverter o rumo do encontro e acabou por ser bem-sucedido. Tiago Coelho assumiu o papel de guarda-redes avançado e ajudou com um golo à reviravolta (3-2), deixando tudo em aberto para a segunda mão dos quartos de final da Prova de Acesso à Taça Nacional. “Qualquer que fosse a equipa que vencesse seria justo. Ainda bem que fomos nós”, refere o jogador, de 34 anos, feliz por, finalmente, poder dedicar-se ao futsal da forma que sempre quis.

A retoma do principal campeonato de futsal do distrito de Aveiro foi tudo o que se imaginava, tanto para o FC Barcouço como para a PARC. “As duas equipas entraram com um ritmo baixo. Viemos de uma paragem de três meses, que fez toda a diferença”, constata Tiago Coelho, que elogia a perseverança demonstrada pela sua equipa. “Sofremos o primeiro golo a um segundo do fim da primeira parte e o 2-0 no início da segunda, quando tentávamos reentrar no jogo”, dois golpes duros que podiam deitar por terra os planos para o encontro.

Valeu “o crer e a vontade”, acredita Tiago, que, como em muitas outras ocasiões, assumiu o papel de guarda-redes avançado para tentar a reviravolta. “O risco existe sempre, mas trabalhamos bastante isso”, de tal forma que o FC Barcouço conseguiu mesmo virar o resultado, com um golo seu pelo meio. “Lido com o Nuno (Pestana) já há alguns anos e ele adora trabalhar essa vertente. Aliás, nem só quando estamos a perder a utilizamos. Fui-me adaptando e tem sido recorrente”, explica.

O resultado sorriu ao conjunto da Mealhada, mas “qualquer que fosse a equipa que vencesse seria justo”, acredita Tiago Coelho, que prevê uma segunda mão com mais intensidade, de parte a parte. “A PARC vai subir a intensidade e nós vamos ter de responder bem, porque se não o fizermos vamos sofrer com isso. Depois, se o resultado se mantiver equilibrado durante muito tempo, pode ser o detalhe a definir a eliminatória”, acredita.

Contas à parte, o fixo está sobretudo contente por poder voltar às “quadras”. “Estávamos cheios de saudades”, desabafa, e esse é um assunto que o jogador domina na perfeição. Depois de ter completado a formação, viu-se obrigado a abandonar a modalidade devido às incompatibilidades entre os horários de trabalho e os do futsal. “Houve anos em que ainda ia treinar, mas desmotivei, porque não podia dedicar-me a 100%”, lamenta.

Contudo, o “bichinho” pela bola falou mais alto. Ainda com muitas limitações de tempo, juntou-se ao Sant’Ana, dos distritais de Coimbra, e, nos dois anos seguintes, defendeu as cores do AC Luso, já em Aveiro. “Quando regressei a Coimbra, consegui horários de trabalho diferentes, que me permitiram dedicar mais um bocadinho ao futsal. Já tinha passado a barreira dos 30 anos, mas vale mais tarde do que nunca. O importante é que estou a divertir-me”, diz.

Por falar em boa disposição, no seu inventário de histórias sobram os momentos em que o confundiam com o irmão gémeo, João. “Eram as confusões dos árbitros por causa da identidade. Já tivemos cartões trocados”, brinca, e o irmão já sofreu bastante com isso. “Uma vez, ofendi uma árbitra no calor do momento e ela expulsou-o a ele. Ainda tentei corrigir a situação, mas ela não acreditou e ele apanhou uma suspensão de três meses. Tentamos recorrer, mas não valeu de nada”, conta, entre sorrisos.

13 de Maio de 2021
Rui Santos
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