Quem será o primeiro a bater Nuno Oliveira?
Nuno Oliveira tem a baliza a prémio. Imbatível nas cinco primeiras jornadas do Campeonato Safina, o guarda-redes do Lusitânia de Lourosa admite que o redondo zero que surge na contagem de golos sofridos gera curiosidade, mas apenas isso. Garante não estar obcecado com a estatística, e os únicos números que o preocupam são os dos pontos. "Trabalhamos para ganhar, não sofrer faz parte", salienta.

Sp. Espinho, Sp. Paivense, Cucujães, Fiães e Carregosense já tentaram, mas ainda ninguém bateu Nuno Oliveira. A explicação "é o trabalho da semana", que faz com que "a
 equipa venha defendendo bem, e isso ajuda a que não tenha sofrido golos".

A resposta pode parecer de conveniência, mas carrega em si a experiência de um guardião que, aos 34 anos, já não vê grandes segredos no futebol. "O trabalho é sempre igual", admite, mas os números falam sempre mais alto: "V
er um zero nos golos sofridos chama muito mais à atenção neste momento do que uma série a meio de uma época sem sofrer. Por isso está a ser mais falado".

Mas quem é Nuno Oliveira? Nascido em Cortegaça, concelho de Ovar, despertou para o futebol no CRECOR, de onde saiu, ainda na juventude, para o Lusitânia de Lourosa. "
Foi o clube que me abriu as portas para estes longos anos que já tenho no futebol", lembra, ele que ainda passou por Salgueiros, Esmoriz, Cesarense, U. Lamas, S. João de Ver, Grijó e Fiães.

Foi precisamente no eterno rival lusitanista que encontrou Miguel Oliveira, um treinador que leva bem a sério o equilíbrio defensivo das suas equipas. "
Já no ano passado, no Fiães, fomos uma das defesas menos batidas. É uma imagem de marca dele", conta Nuno, que confidencia que o técnico insiste na ideia de que, "se não sofrer, fica-se mais perto da vitória". "É a lógica do futebol", sintetiza.

A experiência foi positiva, ao ponto de ambos terem atravessado a Nacional 1 para representarem o Lusitânia de Lourosa. "Foi o regressar ao clube da Feira com o qual mais me identifico", admite o guardião, que agarrou a titularidade desde logo.

O arranque de época dificilmente poderia ser melhor para Nuno Oliveira. "Acredito que seja a primeira vez que estou cinco jogos sem sofrer num começo de época", diz, ele que até nem se "importava de sofrer um golo ou dois", desde que os "colegas marquem dois ou três".

"O foco é ganhar", não apenas manter a baliza inviolada. Contudo, esse registo chama a atenção de curiosos e motiva brincadeiras dos companheiros. "
Dizem-me: “Se calhar nem precisavas de jogar, porque a bola nem chega à baliza”", conta o guarda-redes, que desta forma evidencia, também, o papel de toda a equipa neste registo: "Defendemos desde o ataque. A equipa é muito compacta a defender. Tentamos manter sempre a nossa baliza inviolável e, se conseguirmos marcar, ótimo".

Fã de Buffon (Juventus) e, principalmente, do esloveno Jan Oblak (Atlético Madrid), Nuno Oliveira garante que irá "reagir com naturalidade" quando sofrer o primeiro golo da temporada. "Não vivo focado nisso", diz, ele que conta continuar a jogar
enquanto se "sentir bem".

Aos 34 anos, ainda não pensa no momento em que pendurará as luvas, mas o local para dizer adeus ao futebol já está mais do que escolhido na sua mente: "
Seria bom acabar a minha carreira em Lourosa". Humilde, fala de um trajeto que "não foi nada de excelente", mas os números, esta época, contradizem-no. Afinal, já lá vão mais 450 minutos sem sofrer, o que tornará o primeiro golo consentido pelos lusitanistas num acontecimento de relevo do Campeonato Safina. A quem pertencerá essa façanha?

Fotografia
Diogo Pereira
13 de Outubro de 2016
Rui Santos
ruisantos@afatv.pt
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