Tem apenas 18 anos e cumpriu, com sucesso, a difícil tarefa de substituir o habitual titular no lado direito da defesa, Leandro, no último jogo da UD Oliveirense na Liga Portugal 2 SABSEG, diante do Varzim, que terminou empatado a um golo. Hugo Oliveira até já foi avançado, chegou a marcar 89 golos pelo Fiães SC, mas hoje faz pela vida como lateral, alimentado pelos sonhos que pretende realizar. A curto prazo, eles passam por garantir um lugar de destaque na formação de Oliveira de Azeméis.

O defesa fez, na passada sexta-feira, o seu jogo de estreia na equipa profissional da UD Oliveirense, depois de ter iniciado a época na equipa Sub-22 do clube, que compete no Campeonato de Esperanças de Aveiro. Aos 18 anos, Hugo Oliveira considera que essa competição “tem sido útil aos clubes aveirenses”. “Com os atletas da formação sem poderem competir devido à pandemia, os clubes podem integrar jogadores mais jovens, como os juniores, nos seus plantéis”, salienta. 

A promoção à equipa principal fê-lo sentir “algum nervosismo”, antes do início da partida. “Os meus colegas ajudaram-me a descontrair ainda no balneário e, dentro de campo, corrigiam-me sempre que fazia alguma coisa menos boa. Temos jogadores com muita experiência e isso ajudou-me muito na minha integração”, explica.

Os companheiros de equipa têm sido importantes na adaptação a um nível competitivo superior e já o apelidam de Leandrinho, por verem em si um bom discípulo do habitual titular no lado direito da defesa, Leandro, que Hugo considera ser um elemento muito importante na sua evolução. “Segundo dizem os meus colegas, o meu cabelo está a ficar parecido com o dele. É por isso que me chamam Leandrinho. Acima de tudo, é um jogador muito importante para o meu crescimento. Quando fazemos exercícios, ele vai-me ajudando e corrigindo. Isso obriga-me a ser ainda mais competitivo e a dar 200% nos treinos”, afirma, ele que tem o desejo de chegar longe no futebol.



“Sou privilegiado por estar a ter uma oportunidade na Oliveirense. Gosto de partilhar o balneário com os meus colegas e de sentir a competição nos treinos, o que também é educativo e faz-me acumular experiência. Isto ainda é o início de uma longa caminhada, porque tenho a ambição alta e quero chegar a um patamar elevado”, confessa.

O percurso de Hugo Oliveira no futebol começou no Fiães SC, onde atuava no ataque, com algum destaque. “Era oportunista e aparecia bem na área para finalizar”, o que lhe rendeu 89 golos. Ao fim de um ano, ingressou no FC Porto, onde foi recuando no terreno. “Comecei a jogar na defesa e, algumas vezes, a médio. Com o tempo percebi que é a lateral direito que me sinto mais confortável, embora também já tenha sido adaptado no lado esquerdo”, sublinha. Diz ter vivido “uma experiência incrível” pelos “dragões”. “Foi muito bom partilhar o balneário com os meus colegas e jogar sempre a um nível competitivo elevado. Jogávamos num escalão superior à nossa idade e isso obrigava-nos a dar tudo. Tive a oportunidade de jogar com atletas que acabaram por se destacar no futebol profissional, como o Fábio Silva, o Vitinha, o Fábio Vieira, o Afonso Sousa ou o Tomás Esteves”, destaca.

O lateral viria a ser dispensado do FC Porto e abraçou um novo desafio nos Sub-19 do Desportivo das Aves, momento que o deixou “um pouco desmotivado”, admite. “Estava num clube grande e percebi que tudo iria ser diferente. Estava triste, mas levantei a cabeça e acabou por surgir a oportunidade de jogar nos Sub-23 do Aves. Quando me estreei, foi um sentimento inexplicável. Só tenho de agradecer aos meus colegas por todos os incentivos”, revela, admitindo que continua a lutar por alcançar patamares elevados no futebol. “Acho que todos os jogadores têm o sonho de jogar a Liga dos Campeões e de representar a Seleção nacional. Eu também tenho essas ambições, mas, a curto prazo, quero disputar um lugar na equipa com o Leandro. Só mais tarde poderei saber o que o futebol me reserva para o futuro. Para já, estou focado na Oliveirense”, conclui.

Fotografia
UD Oliveirense Futebol SAD