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O papel do futebol, enquanto jogo desportivo coletivo, na formação de atletas/homens (parte 1)
O futebol insere-se num conjunto de modalidades que são denominadas de Jogos Desportivos Coletivos (JDC), que são, desde cedo, eleitas pelos pais para a prática desportiva dos seus filhos. Esta opção por parte dos pais dos “atletas” é bem mais rica do que o simples incentivo à prática desportiva por parte dos seus educandos. A escolha de um desporto coletivo pode mesmo ser determinante na formação dos jovens praticantes.    

A escolha do futebol é a mais natural num país como o nosso, onde há uma grande paixão por este fenómeno desportivo/social. Desde bem cedo, os portugueses começam a vibrar com esta modalidade, vibração esta que vai passando de geração em geração. Mas não devemos deixar de referir que para esta escolha é fundamental a vontade do jovem. Não podemos pactuar com situações como: “Eu não gosto de Futebol… Então porque é que andas aqui? Porque o meu pai me obriga”. Quando isto acontece, é o princípio de uma história triste, porque podemos estar a perder um ótimo andebolista, basquetebolista, etc.    

Atualmente, a prática do futebol tem início nos clubes aos 4/5 anos de idade, onde começam por “brincar ao futebol”. Desde logo, começam a perceber que a “brincadeira” tem regras, companheiros, um líder/condutor e objetivos. Tudo isto começa a ser uma “escola para a vida”.    

É extraordinário o potencial que a prática de um desporto coletivo pode ter no desenvolvimento dos jovens, bem como o enorme contributo na passagem de valores. Atrevemo-nos a dizer que uma criança que pratica uma destas modalidades cresce/desenvolve mais rapidamente em alguns aspetos. Comecemos pela autonomia, que é uma das capacidades que mais cedo se desenvolvem nestes jovens. Vejamos o caso do balneário, onde o atleta chega, tem que se equipar para o treino sem a ajuda dos pais, após o treino tem que se desequipar, tomar banho e, posteriormente, vestir a sua roupa novamente. Além deste processo, o atleta começa a ter a preocupação e a responsabilidade de recolher todo o seu equipamento para dentro do seu saco, de forma a poder usufruir do mesmo no treino seguinte. Experimentem entrar num balneário de uma escola, antes e depois de uma aula de educação física, e logo perceberão quais os alunos que praticam modalidades coletivas, pelo seu à-vontade e pela sua autonomia.    

Os laços afetivos e a importância do relacionamento com os outros são, também, desenvolvidos desde o primeiro dia. Os atletas chegam a um clube e passam a pertencer a um grupo, o que os “obriga” não só a relacionarem-se com os colegas, treinadores, dirigentes, bem como a respeitar todos estes. O praticante começa a lidar com diferentes personalidades e com pessoas de estratos sociais diversos. No fundo, aquilo que ele vai encontrar ao longo da sua vida: pessoas diferentes umas das outras, com quem vai estabelecer relações, umas mais fortes que outras, e, sobretudo, respeitar. 

Tiago Oliveira
Treinador de Futebol UEFA PRO LICENCE    

* Na segunda parte do artigo, conheça a importância da existência de regras para o sucesso coletivo. 
14 de Setembro de 2016
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