O início da edição 2019/2020 do Campeonato Grande Hotel de Luso mostrou que há hábitos que não se perdem. Jota, ala do Travassô que foi o segundo melhor marcador da prova na época passada, completou um “póquer” na vitória por 5-2 diante do Arouca, mas até preferia que fosse David Mota, reforço da equipa para esta época que foi o artilheiro do campeonato anterior, a consegui-lo. “Era uma maneira de ele se integrar na equipa e de o animar”, justifica.

O jogador, de 23 anos, coloca sempre o coletivo à frente do individual. “Não ligo muito aos golos que marco, mas sim às vitórias e aos pontos que fazemos”, assume, mesmo que, nos últimos anos, a sua pontaria esteja bem calibrada. Depois dos 31 golos em 2018/2019, o ala arrancou a nova época com quatro remates certeiros, um registo sempre de assinalar.

Ainda assim, Jota até gostava que tivesse sido um colega a consegui-lo. “Preferia que tivesse sido o David a marcar os quatro golos. É difícil entrosar-se numa equipa nova, e se isto tivesse acontecido a ele seria melhor para se afirmar”, explica, em alusão a David Mota, reforço oriundo da ARCA, o único que o superou na tabela de melhores marcadores da última edição do Campeonato Grande Hotel de Luso, com 32 remates certeiros.

Jota é sempre assim, um bom companheiro, que vê no bem-estar dos colegas algo de redobrada importância. “Muitas vezes, uns têm de jogar menos, mas prefiro ser eu a fazê-lo do que ver um colega deixar a equipa. No Travassô, somos uma verdadeira equipa”, um espírito que, espera, ajude a realizar uma temporada positiva.

Os encarnados estão à espera de mais dificuldades, por não serem mais vistos como “aquela equipa que vem da 2.ª Divisão Distrital” e por terem juntado os dois artilheiros do último campeonato, o que “pode motivar as outras equipas a anularem-nos”, explica Jota. A receita para ultrapassar os obstáculos é relativamente simples. “Somos capazes de ganhar a qualquer equipa, em qualquer campo, mas é preciso haver entreajuda entre todos”, avisa o jogador.