Histórias de fair-play escritas sobre o cartão branco da Associação de Futebol de Aveiro

Continuam a existir motivos para confiar na ética que o desporto vai produzindo em todos os seus agentes. No caso do futebol e do futsal, a Associação de Futebol de Aveiro (AFA) reconheceu, mais uma vez, a importância de incidências que contribuíram, na última época desportiva, para a disseminação do fair-play. Desde chamadas de atenção de treinadores e dirigentes para que o jogo fosse mais justo, até ao ato exemplar de um árbitro que exortou a igualdade de género, não faltaram razões para erguer bem alto o cartão branco.

O jogo deve ser jogado dentro da área para o qual está regulamentado. No entanto, na partida de futebol entre os benjamins do CD Arrifanense e do GD Fajões, a formação de Arrifana chegou ao golo de forma irregular. Foi o técnico, André Valente, quem alertou o árbitro de que a bola havia saído das quatro linhas antes da conclusão da jogada, aviso que levou à invalidação do golo e à amostragem do cartão branco ao treinador.

Também em Arrifana, mas no futsal, a equipa da casa quase beneficiou de uma grande penalidade a seu favor quando o árbitro assinalou mão na bola de um jogador do AC Luso. Contudo, Pedro Pinho, jogador do CD Arrifanense, alertou o árbitro do jogo, a contar para a Taça de Aveiro, de que a bola havia embatido na cara de um adversário. Decisão revertida e mais um cartão branco que ficou naquela freguesia do concelho de Santa Maria da Feira.

Foi também por causa de uma mão que o jogador dos benjamins do Novasemente GD, Rui Santos, recebeu um cartão branco. Ele marcou um golo na visita ao CCR Maceda mas, imediatamente após a validação do lance pelo árbitro, alertou para o facto de ter jogado a bola com a mão. O aviso não passou em branco… e Rui Santos recebeu o cartão do fair-play.

Ainda no futsal, a equipa de iniciados da AD Couto Mineiro redimiu-se do aproveitamento de uma distração e também recebeu um cartão branco. Na visita ao CRECUS, a equipa da casa beneficiou de um canto, mas a bola foi passada a um jogador que estava a atar as sapatilhas, situação que havia passado despercebida ao atleta que lhe endossou o esférico. A AD Couto Mineiro ganhou a posse de bola com facilidade e colocou-se em vantagem no marcador. Contudo, o treinador da formação de Castelo de Paiva chamou os seus jogadores ao banco e deu ordem para que permitissem o golo do CRECUS, situação que acabou por repor a igualdade no marcador.

Já no duelo entre os juniores da ADREP e do Clube de Albergaria foi preciso esperar pelo regresso dos balneários, após o intervalo, para se perceber aquilo que a formação de Albergaria-a-Velha tinha planeado para o jogador adversário, David Barbosa. Ainda antes do reatamento da partida, o treinador do Clube de Albergaria informou o árbitro e a equipa técnica adversária de que todo o plantel desejava que David Barbosa, atleta com autismo, marcasse um golo. Foi o que aconteceu, tendo esse ato dado origem ao festejo efusivo do jogador e do público presente nas bancadas. A atitude mereceu um cartão branco para o Clube de Albergaria.

Quando o reconhecimento chega da “secretaria”
Não é apenas dentro das quatro linhas que o fair-play é premiado. A direção da AFA reúne-se com frequência no sentido de analisar eventuais comportamentos que promovam a ética desportiva. Foi o que aconteceu em três casos distintos, que mereceram o devido reconhecimento.

Em Argoncilhe, Manuel Coelho, diretor da equipa de benjamins, teve de repreender uma adepta do seu clube, que passou quase toda a primeira parte a insultar a jovem árbitra do jogo com o SC Paivense. A atitude do dirigente valeu-lhe a distinção do cartão branco.

Também num jogo de benjamins, o árbitro Hugo Oliveira teve direito ao reconhecimento pelo seu fair-play, depois ter cedido o seu balneário à atleta Bárbara Duarte, do FC Pampilhosa, já que não estavam reunidas as condições para a igualdade de género.

Por fim, a AFA decidiu atribuir o cartão branco ao CD Cucujães e à PARC, no âmbito de ambos os clubes terem decidido disputar o jogo das suas equipas de juniores à porta fechada, depois de atos de violência ocorridos nas bancadas num jogo anterior, mas no escalão sénior.

16 de Janeiro de 2021
Vítor Hugo Carmo
geral@afatv.pt
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