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FC Azeméis by Noxae foi da ilusão à realidade para conseguir a manutenção na Liga Placard

Mesmo tendo ficado de fora do playoff da Liga Placard, meta que conseguiu alcançar nos dois primeiros anos no principal campeonato do futsal português, para Ricardo Canavarro esta foi “a melhor época de sempre do Futsal Azeméis”, pela forma como soube dar a volta a um enredo complicado. O técnico faz um “mea culpa” pela forma “romântica” como preparou uma temporada atípica, atormentada pelos efeitos da pandemia.

O Elétrico acabou por ser um adversário talismã para os oliveirenses. Foi em Ponte de Sor que o FC Azeméis by Noxae se estreou a vencer na presente temporada, apenas ao décimo jogo, naquele foi um “grito de revolta” da equipa, admitia, na altura, Ricardo Canavarro. Uma volta depois, foi também diante os alentejanos que o conjunto de Oliveira de Azeméis carimbou a manutenção na Liga Placard, com um triunfo por 7-4.

“Em primeiro lugar, há o sentimento de dever cumprido, mas também muito cansaço”, admite o treinador dos aveirenses, no rescaldo de uma época levada “aos limites, a todos os níveis, que não é para repetir”. A começar pelo planeamento, condicionado pela pandemia de Covid-19, que levou o técnico a deixar-se “iludir e a pensar que todos os clubes iriam cortar a nível financeiro”, o que não viria a suceder. “Fui um treinador romântico e tenho de assumir na íntegra a responsabilidade por uma má preparação da época. Tanto eu como a Direção iludimo-nos e fizemos cortes drásticos no plantel, com consequências muito más a nível desportivo”, constata.

O arranque da temporada foi sofrido e obrigou a uma reestruturação da equipa, em dezembro. A chegada dos brasileiros Batata, Tom e Fabrício Lima ajudou a “dar uma sapatada na crise de resultados” e como que espevitou a alma do plantel. “Lembro-me que os reforços não puderam jogar em dezembro, mas na primeira semana de treinos deles fomos vencer fora, onde pouca gente ganhou. O próprio grupo percebeu que, todos, tínhamos de fazer mais e melhor. Foi o clique para que a equipa acreditasse”, refere o técnico.

Pelo meio, o clube teve de lidar com um surto de Covid-19, que apenas poupou um atleta. “Não foi fácil, mas aí já estávamos mais estáveis, porque tínhamos muito mais elementos para trabalhar”, recorda Ricardo Canavarro, que alerta para as consequências que o novo coronavírus tem no rendimento dos jogadores. “Parece que o Covid não tem consequências posteriores, mas traz muitas sequelas e os jogadores sentiram-nas muito. Não foi fácil apanharmos de novo o comboio”, diz.

Com cinco vitórias nos últimos dez jogos, o FC Azeméis by Noxae fugiu da zona de despromoção e, a uma jornada do final do campeonato, celebrou a permanência na Liga Placard. “Já tinham vaticinado onde íamos parar, mas conseguimos dar a volta à situação”, salienta o treinador, satisfeito pela recente série de três triunfos consecutivos e pelo “melhor futsal” apresentado.

O adeus à temporada 2020/2021 é dado em Braga, diante do Candoso, que ainda luta pela manutenção. Seguir-se-á uma pausa para “recarregar baterias”, já com a próxima época no horizonte. Ricardo Canavarro não quer voltar, “de maneira nenhuma, a passar pelo que passámos este ano” e irá conversar com a Direção do clube para perceber quais são os planos de futuro. “Se os diretores o entenderem, estarão reunidas as condições para poder continuar”, admite, salientando que “a espinha dorsal da equipa já está definida”.

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23 de Abril de 2021
Rui Santos
ruisantos@afatv.pt
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