Coração e qualidade
A jornada 8 rendeu 29 golos, batendo por um (com um jogo ainda por realizar) a jornada mais produtiva até ao pretérito domingo. E, pela forma como os golos foram festejados, o Campeonato Safina vai aquecendo o coração dos principais protagonistas. Será positivo para a competição se à qualidade pretendida se associar o sentimento dos intervenientes.

Porquê o sentimento? São os sentimentos e as emoções que potencializam as relações, solidificando um compromisso comum para que as realidades se projetem. Quem "assiste de cadeira" ou na "comodidade do sofá", incapaz de se aproximar e de se comprometer, dificilmente compreenderá um dia que para se alcançar tem que se superar, que a superação implica acreditar e sofrer; e que, no decorrer de um trajeto evolutivo, há sentimentos que se misturam e emoções que se expõem.


Evolução qualitativa
 
E agora a qualidade do jogo. O desejo manifestado no texto de há uma semana, para uma melhoria na qualidade de posse de bola e na profundidade do jogo das equipas, foi uma realidade presente na oitava jornada.

O Sporting de Espinho evidenciou uma clara melhoria face ao que vinha produzindo: ocupação de espaços e equilíbrio, que favoreceram a organização do seu jogo e a eficácia na pressão. O 4x3x3, como prevíramos há várias semanas, está mais sólido, após a tentativa gorada de implementar o 4x4x2; a ligação entre as fases de construção está mais segura com posse e circulação da bola, intensidade e dinâmica na exploração dos espaços entre-linhas e movimentos de rotura.

Na relação causa efeito, contou com um Paivense reativo, passivo na primeira parte para procurar ser mais ativo na segunda parte, sem consequências práticas. Pagou com erros, que o Espinho aproveitou munindo-se da experiência e de uma segurança acrescida pela exibição conseguida até aí e pela vantagem consequente no resultado.
Se o Espinho cresceu e venceu concludentemente, já o Lourosa, não vencendo, denotou igualmente progressos na fase ofensiva, embora a intranquilidade defensiva, notória nos minutos finais do jogo com o Esmoriz (perdeu dinâmica na segunda parte mas forte na verticalização e no jogo aéreo) seja reflexo da necessidade imperiosa de recuperar terreno.

Afirmação e consolidação

Entramos agora numa fase competitiva de afirmação plena e de consolidação de processos de jogo, que serão determinantes para confirmar expectativas e anseios. A regularidade é um fator chave; num campeonato longo e competitivo nenhuma equipa será capaz de estar sempre bem, e no próprio jogo haverá oscilações, pelo que a capacidade/organização coletiva e a vontade relacional farão a diferença quando for preciso superar dificuldades e atenuar deficiências.

Ter começado melhor, como tantas vezes acontece, não é garantia de sucesso. A dimensão quantitativa da qualidade do plantel, a ambiência e o equilíbrio emocional, as dinâmicas do clube e do grupo, e a capacidade deste para operacionalizar conteúdos e de os transferir do treino para o jogo, originam diferenças de rendimento. Quebras ou evolução.


É crível que formações melhor dimensionadas em experiência e qualidade (individual e coletiva), alicerçaras em dinâmicas construtivas, se cheguem à frente ou possam manter a posição privilegiada que ostentam neste momento. 

Augusto Semedo
Treinador de futebol
4 de Novembro de 2016
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