Durante o último confinamento, Filipe Maia deu por si a jogar à bola, sozinho, em casa, tamanhas eram as saudades de poder voltar a subir aos relvados. Toda essa vontade ajudou-o a arrancar a Prova Final da 2.ª Divisão Distrital em grande estilo, com três golos em dois jogos, o último dos quais a selar um difícil triunfo do Relâmpago Nogueirense em Tarei, para o Grupo C.

Nascido no Brasil há 23 anos, mudou-se para Portugal em 2016, na companhia da mãe. Não demorou até que o apelidassem de Zuca, nome que se tornou numa imagem de marca no futebol. Terminou os estudos por cá e conseguiu encontrar um emprego. Pelo meio, juntou-se aos juniores do Arcozelo, dos distritais da AF Porto, para matar o “bichinho” da bola.

No Pará, de onde é natural, jogou sempre futsal, mas ainda antes de trocar de continente já se tinha decidido a experimentar o futebol. “Cheguei a fazer uns treinos lá e dei seguimento em Portugal”, conta o jovem, que nos últimos dois anos se destacou ao serviço do GD Ronda, no futebol popular de Espinho. A mudança para aquele campeonato deveu-se à dificuldade em compatibilizar os horários dos treinos com os do trabalho, uma vez que trabalhava à noite, mas, no final da última temporada, decidiu colocar o futebol num plano superior na lista de prioridades.

Trocou de emprego, passou a cumprir um horário diurno, e mudou-se para o Relâmpago Nogueirense, da 2.ª Divisão Distrital da AF Aveiro. Até ver, “está dando tudo certo e a equipa está muito unida”, sublinha Zuca, uma ideia que ficou bem vincada no último domingo, no duelo com o CD Tarei.

Ao intervalo, o clube de Nogueira da Regedoura, que lidera o Grupo C, perdia por 1-0 e a primeira parte não tinha deixado as melhores das recordações. A palestra, no balneário, levou a equipa a focar-se no essencial e a entrada de dois homens para o ataque também ajudou. Um deles foi Carapau, antigo colega do brasileiro no GD Ronda, que bisou num curto espaço de tempo. O 3-1 surgiu em cima do minuto 90, assinado por Zuca, que “deu alívio e tranquilidade” para o que ainda restava jogar. “Voltámos a jogar o nosso jogo e foi isso que fez a diferença”, acredita o avançado.

Com a Prova Final da 2.ª Divisão a correr de feição ao Relâmpago Nogueirense, o atacante não evita falar na subida, mas sabe que essa não será uma tarefa simples. “Queremos ganhar em todos os jogos. O plantel é bom, o grupo é unido e temos força para o conseguir”, remata.

Líderes mantêm estatuto
O triunfo do Relâmpago Nogueirense permitiu-lhe segurar a liderança do Grupo C, com dois pontos de vantagem sobre a AR Aguinense, que bateu o CD Luso por 2-0. Diogo Ribeiro e Hugo Coelho marcaram para o emblema de Aguim.

No Grupo A, o SC Carqueijo perdeu em Famalicão (1-0) e viu a concorrência aproximar-se um pouco, uma vez que ADC Vila Nova de Monsarros e CCR São Martinho empataram a uma bola.

CDC Macieira de Cambra e ADC Sanguedo voltaram a triunfar no Grupo B e alargaram a vantagem para a concorrência. Tal como na ronda inaugural, uma segunda parte eficaz permitiu aos cambrenses vencer o FC Vaguense por 3-0, enquanto o conjunto do concelho de Santa Maria da Feira bateu o GD Beira-Vouga pela margem mínima (1-0).

Finalmente, no Grupo D, o GD Milheiroense segurou a 1.ª posição com a reviravolta no jogo com o CRC Rocas do Vouga (3-1). Logo atrás surge a ADCF Santo André, que ganhou em Vila Viçosa por 2-0.

2.ª Divisão de futsal: Dupla vence na estreia
Na Prova Final da 2.ª Divisão Distrital de futsal, CCR Maceda e ACD Gião empataram 2-2 na ronda inaugural do Grupo A, na qual a AD Casal folgou. Os golos surgiram todos na segunda parte, com os gionenses a conseguirem recuperar de uma desvantagem de duas unidades.

No Grupo B, Ruben Silva completou um “hat-trick” na vitória do Clube de Albergaria diante do GCR Ossela B (8-5), enquanto a AJ Angeja venceu pela margem mínima em Barrô (4-3). Pedro Henriques, pelos locais, e André Oliveira, pelos visitantes, completaram um “bis”.

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