Quando Zé Pedro se mudou para a FIDEC, a meio da época, estaria longe de imaginar que iria marcar o golo que garantiria a primeira vitória do emblema aveirense na 2.ª Divisão Distrital, na época em que o clube regressou às competições da AFA. O polivalente defesa, que já não jogava há quatro anos, começou por ser treinador adjunto, mas deixou-se convencer a voltar a calçar as chuteiras, acabando por entrar na história do campeonato.

À 16.ª jornada da Zona Sul chegou a primeira vitória da FIDEC na 2.ª Divisão, conseguida diante do Mamarrosa FC e com uma reviravolta com contornos muito especiais. “Com pouco tempo de jogo, ficámos com menos um. Isso, de alguma forma, deu-nos uma força maior. O grupo uniu-se mais e esteve mais concentrado”, diz Zé Pedro, que se tornaria no herói da tarde.

Em cima do minuto 90, com o resultado em 1-1, o emblema aveirense beneficiou de uma grande penalidade. “Estava toda a gente com medo de bater o penálti, que podia significar a vitória. Alguém tinha de arriscar e ofereci-me para bater”, conta o defesa, que o converteu no 2-1, resultado que se manteve até ao apito final.

Se tivermos em conta que Zé Pedro, de 28 anos, retomou recentemente a carreira após uma paragem que se prolongou por quatro anos, por motivos de saúde, percebemos rapidamente a importância deste momento. Mas, se acrescentarmos o facto de o defesa “multifunções”, como se define, ter chegado à FIDEC para ser treinador adjunto de Tozé, a história ganha contornos ainda mais especiais.

“Quando disse que ia voltar a jogar, os meus colegas até perguntaram se eu estava bem da cabeça para, depois de tanto tempo parado, ir para um pelado. É o gosto que nos faz andar aqui”, confessa Zé Pedro, que foca um dos pontos que diferencia a FIDEC dos demais clubes que competem na 2.ª Divisão, o facto de não possuir um relvado, sintético ou natural. “Para nós, se calhar, é uma vantagem, em alguns jogos. No pelado, a bola fala de maneira um bocadinho diferente”, nota o jogador.

Alcançada a primeira vitória da temporada, a equipa espera manter a “entrega” do último jogo e conseguir mais resultados positivos até ao fecho do campeonato. “Tenho a certeza de que faremos mais pontos”, atira Zé Pedro.

Corrida pela subida continua intensa
No topo da Zona Sul, o Anadia FC SAD B apanhou a AA Macinhatense no topo, ainda que à condição, por ter mais um jogo realizado do que o emblema de Macinhata do Vouga. Os 'trevos' bateram o GD Águas Boas, por 0-5, e tiraram partido do nulo do líder diante do FC Vaguense.

CR Antes e SC Beira-Mar, que partilham o último lugar do pódio, empataram a uma bola, enquanto a AR Aguinense bateu a ADRC Ribeira da Azenha, por 1-0, e o SC Carqueijo derrotou a ADC Sosense, por 4-1.

Quanto à Zona Norte, a luta pela primeira posição está ao rubro, com os quatro primeiros classificados a estarem separados por apenas dois pontos. Isto porque o líder, RC Nogueirense, perdeu com a ACRD Mosteirô (3-2), resultado aproveitado pela Geração RD (bateu a AD Santiais por 5-1) e o Romariz FC (ganhou à UD Fermedo por 3-1).

Já o GD Milheiroense atrasou-se na corrida, ao perder na receção ao GD Beira-Vouga (1-2), numa ronda em que o CRC Rocas do Vouga venceu em Fajões por 2-3, com um 'bis' de Hugo Lourenço.

A 16.ª jornada só ficará concluída no dia 24 de março, quando se jogar o CCR Vila Viçosa-CCR São Martinho (15.30 horas).

Fotografia
FIDEC