Zé Carlos e os golos dedicados à mãe que ajudam aos objetivos da Florgrade FC

Enquanto se preparava para bater um livre, ainda longe da baliza adversária, Zé Carlos olhou para o banco e viu que a camisola com a dedicatória para a mãe, que tinha pedido ao afilhado para levar consigo, estava pronta o festejo. “Mesmo longe, sentia que ia marcar”, e bastou um pontapé certeiro para que o momento se eternizasse. O defesa marcou um dos quatro golos com que a Florgrade FC derrotou o CD Arrifanense (4-1), na jornada inaugural do Grupo D da Prova Final da 1.ª Divisão Distrital, mas salienta que “os números não traduzem as dificuldades” que a equipa sentiu durante os 90 minutos.

Sempre que marca, o festejo repete-se. “Todos os golos são dedicados à minha mãe”, conta Zé Carlos, que faz por perpetuar a sua memória a cada remate certeiro. “Ela acompanhou-me sempre. Levava-me para os treinos no FC Porto e acreditava muito no meu potencial”, recorda, ele que transformou este Dia da Mãe, celebrado precisamente no último domingo, em mais um momento para a eternidade.

Durante a semana, nos treinos de preparação para o encontro com o CD Arrifanense, o defesa lateral, de 37 anos, foi afinando a pontaria. “Ia batendo os livres e eles saíram muito bem”, o que lhe elevou a confiança, ao ponto de, no dia do jogo, ter pedido ao afilhado “para levar para o banco a camisola com a dedicatória para a minha mãe porque ia marcar de livre”. “Quando tive a oportunidade, olhei para o banco e ele já estava com a camisola na mão. Mesmo sendo longe da baliza, sentia que ia ser golo”, o que viria a suceder.

Marcar golos de livre não é propriamente uma novidade para Zé Carlos. Na época passada, era ele quem batia as grandes penalidades e, este ano, o treinador confiou-lhe a responsabilidade de executar as bolas paradas. No lance do 2-0, e apesar da distância para a baliza ser considerável, viu o guardião adversário “um bocadinho puxado para o outro poste” e encheu-se de fé. “A bola saiu bem e, do sítio em que o guarda-redes estava, era impossível lá chegar”, retrata.

Para lá do golo que marcou, Zé Carlos ficou igualmente feliz pela resposta dada pela equipa após “muitos meses de paragem”, que fizeram disparar os índices de ansiedade nos momentos que antecederam o encontro. “O jogo foi às 16 horas, mas concentrámo-nos às 11 horas para podermos almoçar juntos. Os minutos até ao início da partida foram contados como se fossem horas”, confessa, nada que tenha inibido a equipa em campo.

A Florgrade FC acabaria por derrotar o CD Arrifanense por 4-1, “num jogo complicado e decidido nos pormenores”, diante de um “adversário muito aguerrido e organizado”. O triunfo deixa a equipa ainda mais confortável na liderança do Grupo D e abre-lhe boas perspetivas para poder avançar para a fase seguinte, na qual se irá decidir quem vai subir ao Campeonato SABSEG. “Esse objetivo continua intacto, mas este campeonato é completamente diferente”, avisa Zé Carlos, que, com o modelo competitivo definido para a Prova Final da 1.ª Divisão Distrital, vê “todas as equipas com mais possibilidades de subir”.

“Vamos tentar ganhar jogo a jogo. Durante muitos anos, jogámos futebol de 7 e as competições em que se decidia o campeão nacional também eram a eliminar. Vamos buscar forças aí para tentarmos alcançar esse feito”, conclui.

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Florgrade FC

6 de Maio de 2021
Rui Santos
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