Vitinha corre para fugir das multas e manter a paixão pelo futebol

Ganhou títulos distritais, foi feliz no futebol popular e promete continuar enquanto a saúde o permitir. Vitinha continua a deixar a sua marca nos relvados de Aveiro, e mesmo que o dinheiro que ganha dê “para a gasolina, e mal”, não perde a alegria de calçar as chuteiras e ir à luta domingo após domingo. “É uma paixão que só quem lá anda consegue compreender”, assume.

A vida pode não dar tréguas, mas os ponteiros do relógio biológico de Vitinha parecem andar de forma mais lenta. “Tenho 31 anos, mas alguns jogadores que não me conheciam davam-me só 22. Sinto-me bem”, conta, divertido. A paixão pelo futebol ajuda a explicar a jovialidade, de corpo e de espírito, do avançado, que conta no currículo com uma Taça de Aveiro, ao serviço do Estarreja, e uma subida à 2.ª Divisão Nacional, pelo Bustelo.

Atualmente na ACRD Mosteirô, espera ajudar a equipa do concelho de Arouca a realizar uma temporada tranquila. “A manutenção é o nosso primeiro e grande objetivo”, até porque o plantel tem “18 jogadores novos, que não se conheciam”, e o período que antecedeu a temporada 2018/2019 foi tudo menos famoso.

“Na pré-época, não ganhámos sequer um jogo”, nada que tenha impedido a ACRD Mosteirô de entrar com o pé direito na 1.ª Divisão Distrital. Ao cabo de seis jornadas, e mesmo tendo um jogo em atraso por disputar, o clube é quinto classificado, a quatro pontos de distância dos líderes S. Vicente de Pereira e Argoncilhe.

Será a subida de divisão um objetivo? “Nem pensar”, apressa-se a dizer Vitinha, ciente de que ainda falta muito por jogar. A ideia passa por tentar prolongar ao máximo o bom momento, e o avançado tem dado um contributo importante. Frente ao Beira-Vouga, contribuiu com dois golos na vitória por 5-0, num jogo em que a experiência da equipa ajudou ao avolumar do resultado.

Aos 31 anos, Vitinha não pensa em parar, mesmo que os sacrifícios sejam cada vez maiores. Pai de uma menina, é chefe de armazém numa empresa de distribuição de ração de animais. “Muitas vezes, no final do dia, não é que nos apeteça muito ir treinar. A minha mulher muitas vezes pergunta-me porque é que vou treinar ou jogar, mas o ‘bichinho’ é tão forte que vou”, admite o autoproclamado rei das multas da equipa: “Saio do trabalho a correr para ir para o treino. Sou quem vai pagar mais multas, porque é sempre tudo em cima da hora”.

Tudo pelo prazer de dar uns chutos na bola, o qual já o levou a experimentar a Taça Fundação Inatel com o emblema do Lavandeira ao peito. “Aquilo é que é o verdadeiro amor à camisola e espírito de grupo. Não é um futebol vistoso, mas ao nível das amizades foi do melhor que vi”, conta, ele que voltou a ser convidado pelo clube de S. João de Ver na antecâmara desta época. “Não aceitei porque sentia falta desta competição mais séria, mas não excluo a possibilidade de voltar”, admite.

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25 de Outubro de 2018
Rui Santos
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