Tozé é um apaixonado pela modalidade e viveu o sonho enquanto pôde. Completou a formação no Modicus e, durante duas épocas, fez parte do plantel que compete na Liga SportZone. Só que, com o final da vida escolar, teve de arregaçar as mangas e ganhar a vida como o comum dos mortais, ainda para mais em horas proibitivas. Hoje, vai matando o bichinho no Fiães, o qual vai ajudando, com golos, na corrida pelos lugares cimeiros da 2.ª Divisão Distrital.

Aos 23 anos, o ala é uma das figuras dos fianenses numa campanha que, à 11.ª jornada, já rendeu quase tantos triunfos como em toda a temporada passada. “Estamos mais unidos este ano, talvez por causa das vitórias que temos tido”, assume o jogador, natural de Vila Nova de Gaia, que viu no Fiães uma possibilidade interessante para prosseguir a carreira.

“Fiz a minha formação no Modicus. Conseguimos uma subida de divisão e cheguei a estar dois anos nos seniores, mas quando acabei a escola tive de ir trabalhar”. Os horários são uma autêntica tormenta para quem, como ele, não quer deixar morrer o gosto pelo futsal. “Sou operador fabril. Trabalho à noite, das 22 às 6 horas. É um pouco complicado ir aos treinos”, de tal forma que Tozé só consegue marcar presença em apenas um por semana.

“Muita gente também trabalha por turnos e tem de faltar a treinos. Muito raramente estamos todos juntos nos treinos, mas quem gosta faz esse sacrifício”, acrescenta, anuindo que essa é uma realidade que dá ainda mais valor ao trajeto da equipa no campeonato.

O Fiães é quinto classificado, a apenas um ponto da zona de promoção ao Campeonato Grande Hotel de Luso. “No início, não tínhamos como objetivo a subida de divisão, mas acreditamos que conseguimos dar luta para ficarmos, pelo menos, nos primeiros três ou quatro lugares. Agora, é esse o objetivo”, assume o goleador, que leva onze golos em igual número de jornadas disputadas.

Os últimos três foram obtidos diante do CRECUS, “uma boa equipa, organizada”, e foram decisivos para o triunfo por 4-2, “importante para não desistirmos dos lugares cimeiros”. Tozé assume ser um jogador com uma ligação afetiva aos golos, mas não troca a felicidade individual pela coletiva. “Gosto de marcar, mas prefiro não o fazer e ganhar do que marcar dois ou três e acabar por perder”, assume um apaixonado pelo futsal, que o vê “como um refúgio para os problemas”. “Desde que possa jogar e fazer o que gosto, sinto-me bem”, remata.

Telhadela assume vice-liderança isolada
O último fim de semana trouxe a primeira igualdade da temporada do líder, Cucujães. Na visita ao Pavilhão Comendador Henrique Amorim, os oliveirenses empataram a quatro bolas com o Lamas Futsal, num jogo em que o lamacense Diogo Fonseca brilhou, com um “hat-trick”.

Na segunda posição segue, agora, o Telhadela, que venceu em Angeja (8-2) e aproveitou o adiamento do Gião-Mozelos para subir na tabela. Micael Faria, com três golos, e Mateus Marques e Rui Mortágua, com dois, foram as figuras da partida.

No dérbi de Albergaria-a-Velha, o Clube de Albergaria levou a melhor sobre o Branca Activa (2-1). Diogo Neves e Sérgio Cerqueira construíram uma vantagem de dois golos para a equipa da casa, que seria encurtada por Hugo Silva.

Pelos mesmos números, o Casal triunfou no reduto da Ovarense, enquanto o Beira-Mar venceu na casa do “lanterna-vermelha” Alquerubim, por 3-1. Bruno Laranjeira ainda adiantou os locais, mas Hugo Alves, que bisou, e Luís Pereira operaram a reviravolta para os aurinegros.

Em bom plano esteve, igualmente, o Always Young, que bateu o Ossela B (5-3), regressando aos triunfos seis jornadas depois.

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Jornal Correio da Feira