A estreia do Relâmpago Nogueirense no Campeonato SABSEG, com uma vitória do dérbi do concelho de Santa Maria da Feira frente ao CD Paços de Brandão (1-2), será para sempre recordada pelos adeptos do clube e, claro está, pelos seus obreiros. Diogo Guerra acima de todos, pois foram dele os dois golos que garantiram o triunfo num jogo que marcou também o seu regresso à elite de Aveiro.

Fazendo jus ao nome, o batismo da equipa de Nogueira da Regedoura no principal campeonato de futebol do distrito deu-se com a força e o brilho de um Relâmpago. À meia hora, já vencia por 0-2, um resultado com assinatura de Guerra.

“Em termos individuais correu, se calhar, melhor do que esperava. Marquei dois golos e pude ajudar a equipa a alcançar a vitória”, recorda o avançado. O primeiro, num remate de fora da área, é uma espécie de imagem de marca. “Tenho vários colegas que me dizem que sou o 'chuta de qualquer lado e de qualquer maneira'. São momentos que me passam pela cabeça e, às vezes, calha bem”, diz, entre sorrisos.

O arranque forte no jogo foi estratégico. “Sabíamos os pontos fracos e fortes do Paços de Brandão. Tentámos explorar isso e correu muito bem até aos 35 minutos”, conta Diogo Guerra. Depois vieram as dificuldades. “Na segunda parte, estávamos à espera de que o Paços viesse para cima, que foi o que aconteceu. Podíamos ter gerido o jogo de melhor maneira, sofremos um bocadinho, mas também tivemos algumas oportunidades em contra-ataque. Com todo o mérito, conseguimos aguentar-nos, soubemos dar as mãos e lutar como uma equipa. Neste campeonato, também é preciso saber sofrer”, resume.

Aos 28 anos, Diogo Guerra resolveu regressar ao Campeonato SABSEG depois de uma época positiva no Leça FC, que ajudou a subir ao Campeonato de Portugal. O retorno deveu-se a “uma conjugação de coisas”, desde “o tempo que perdia nas deslocações” ao apelo do coração. “Gostava de ter um ano mais calmo no futebol, estar mais perto da minha família e ter a alegria de reviver os tempos de juventude. Vim para o Relâmpago muito por causa disso, porque tenho cá cinco ou seis amigos, alguns deles colegas de infância e até um vizinho, o Mendes”, conta o jogador.

Voltar a chegar “às dezenas de golos” é uma meta pessoal que gostava de cumprir. No fundo, seria a forma de ajudar a equipa do modo que melhor sabe, para além do apoio aos colegas pela experiência acumulada que tem no campeonato. “Em termos coletivos, temos de manter os pés bem assentes na terra. Uma vitória fora de casa é muito bom, mas o campeonato é muito longo, com várias equipas que lutam por objetivos diferentes do nosso. Prometemos lutar pelos três pontos em todos os jogos. Às vezes, há surpresas. Se as houver, gostava que fossemos nós, mas é pensar jogo a jogo”, completa.

Fotografia
Relâmpago Nogueirense