Árbitras Cristiana Costa e Raquel Pinho promovidas à categoria internacional: "É uma coisa com a qual todas sonhamos"

Cristiana Costa e Raquel Pinho, que pertencem aos quadros da Associação de Futebol de Aveiro (AFA), foram promovidas à categoria internacional como árbitras assistentes. Juntam-se a Cláudio Pereira, Pedro Ribeiro, Sandra Bastos e Wilson Soares, este último no futebol de praia, na lista de árbitros aveirenses com as insígnias da FIFA.

Comparativamente ao ano que agora termina, no que a árbitros da AFA diz respeito, apenas o nome de Eduardo Coelho, que recentemente terminou a carreira como árbitro no futsal, desaparece na listagem da Federação Portuguesa de Futebol, que bate, em 2025, o recorde de juízes internacionais, com um total de 44.

Cristiana Costa: “Quem me conhece sabe que queria muito isto”

A relação de Cristiana Costa com a arbitragem começou “quase numa brincadeira”. Desafiada pelo pai, António Costa, que também fez carreira como árbitro e chegou a dirigir encontros do principal campeonato nacional de futebol, decidiu, ainda adolescente, tirar o curso.

“Estava ligada à área do desporto e seria bom até para o meu currículo. As coisas correram bem e comecei a apaixonar-me pela arbitragem”, conta, ainda que esta não seja bem uma história de amor imediatamente correspondido.

“A minha primeira experiência, num torneio de miúdos, nem foi boa. Eu era muito nova, tinha 13 ou 14 anos. Estava a fazer um jogo de miúdos muito novos e um treinador não estava a gostar do meu desempenho. A organização teve até que intervir. Não foi uma situação muito boa. Era um torneio de dois dias e no dia seguinte a minha vontade já não era a mesma. Mas tentei de novo e as coisas correram bem”, recorda.

Até pelo que já viveu no papel de árbitra, Cristiana Costa aconselha quem se quiser juntar à causa a “ir de mente aberta e perceber que o escrutínio e a função do árbitro não são de todo fáceis”. “Vai haver momentos bons e menos bons, como em tudo na vida, mas a partir do momento em que se começa a gostar, tal como acontece com os jogadores, é muito difícil sair”, assegura.

Natural de Cucujães, vila do concelho de Oliveira de Azeméis, a jovem árbitra até já se estreou a nível internacional, num jogo entre as seleções da Dinamarca e do Azerbaijão, e recebe as insígnias da FIFA com orgulho e ambição: “Quem me conhece sabe que queria muito isto, é um acontecimento muito importante na minha vida. É o culminar de alguns anos a trabalhar com este objetivo e, finalmente, consegui atingi-lo. Agora virão outros objetivos por aí e vou continuar a trabalhar para isto. Sou muito feliz naquilo que faço e vou continuar a sê-lo”.

Raquel Pinho: “Ser árbitra internacional é uma coisa com a qual todas sonhamos”

Foi por Mansores, no concelho de Arouca, que Raquel Pinho aprimorou os conhecimentos sobre futebol lado a lado com o pai, com quem, durante a infância, “gostava de ir ver o clube da terra, todos os domingos”. “Interessei-me e foi uma boa maneira de perceber melhor o que via”, nota.

Apesar de nunca ter praticado a modalidade, nem ter “nenhum parente que fosse ou tivesse sido árbitro”, acabou por tirar o curso em resposta a um desafio lançado pela sua irmã. “Um dia, ela mandou-me uma publicação da AFA que dizia que iam abrir o curso de árbitros de futebol e disse-me que para me inscrever. Foi o que fiz. Fui atrás do desafio”, conta Raquel, que iniciou o seu percurso em 2017, nas competições distritais.

“Subi ao quadro da FPF em 2022. Esta última época foi de sonho, porque consegui cumprir muitas etapas. Estive nas finais da Supertaça e da Taça de Portugal. Também participei num torneio internacional, de apuramento para o Euro de Sub-17, em outubro, e fiz um jogo de qualificação para o Euro, em Inglaterra. Tive alguns bons momentos”, enumera, com notório orgulho.

“Ser árbitra internacional é uma coisa com a qual todas sonhamos. Se estava à espera que fosse já esta época? Não, mas soube melhor assim”, confessa Raquel Pinho, que vê na subida de estatuto uma recompensa pelo seu trabalho e dedicação: “Costumo dizer que a sorte trabalha-se. Este é um sinal de que estão a ver que trabalho, esforço-me e dou o meu melhor”.

Aos que estarão a ponderar aventurar-se no mundo da arbitragem, Raquel Pinho deixa palavras de incentivo. “É uma etapa muito bonita na nossa vida. Aprendemos muito, tanto dentro como fora do campo. Conhecemos muitas pessoas que nos acrescentam valor. Por que não tentar? Foi o que aconteceu comigo. Nunca pensei que tomasse esta proporção. Se é possível para mim, também o será para outras pessoas”, remata.

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21 de Dezembro de 2024
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