Olho Clínico: A visão de José Alexandre Silva sobre o Campeonato SABSEG

Baixou o pano sobre mais uma edição do Campeonato SABSEG. Foi com orgulho que ao longo da época fui escrevendo, o melhor que podia e sabia, sobre a competição. Foram, com esta, 39 crónicas semanais, que me fizeram estar atento, domingo após domingo, a ver jogos em direto, a ver os resumos semanais de golos e, aqui e ali, a ir à procura de jogos gravados na plataforma durante a semana, para perceber as dinâmicas de equipas, treinadores e jogadores.

Nem sempre foi fácil, assumo. Principalmente para tentar ser uniforme no discurso, destacando sempre pela positiva e evitando os aspetos negativos. Foi com pesar, naturalmente, que vi demasiadas mudanças de treinadores, algumas delas, para mim, incompreensíveis. Como antigo treinador, prefiro acreditar sempre que, se as Direções escolhem um “timoneiro” no início da época e se lhe dão todas as condições, a possibilidade de sucesso é sempre maior.

Olhando para a época, os defensores das “chicotadas” têm um argumento forte na mudança em Santa Maria de Lamas. A chegada de Fernando Pereira foi catalisadora de uma época irrepreensível, que culminou com uma subida antecipada de divisão, e com uma superioridade incontestável. Muito mérito da experiência e do conhecimento do treinador, que conseguiu mudar o “chip” sem alterar a ambição.

No entanto, entre as principais surpresas pela negativa da época, a mudança de treinador – ou de treinadores – não surtiu efeito visível na concretização do objetivo mínimo da manutenção. Tanto Estarreja – apesar das condicionantes de um orçamento mais limitado – como Fermentelos desceram de divisão, assim como Mansores e Cesarense, a quem de nada valeu a “dança” de responsáveis técnicos.

Por outro lado, e tendo em conta as vicissitudes e dificuldades, Esmoriz e Alba mantiveram Pedro Alves e Hugo Oliveira e foram premiados com a continuidade entre os “melhores”. Ainda falando de um campeonato aquém do esperado – e com pena minha que sou amigo do mister João Ferreira –, o Espinho realizou um último terço de prova a anos-luz do que seria esperado de um candidato e terminou em quinto, a 24 pontos do União de Lamas.

Se há prestações negativas, outras existiram que me surpreenderam e que elevaram o patamar que esperava no início da época. O Paços de Brandão, do mister Tiago Leite, que lutou até à última jornada pelo segundo lugar; o Oliveira do Bairro, que grande trabalho do mister Zé Carlos, que chegou ao sexto lugar com prestações coletivas de elevada qualidade; e também o já falado União de Lamas, que mesmo sendo favorito, teve com o mister Fernando Pereira um trajeto quase incólume. Uma última palavra para a época de estreia de Artur Moreira no Recreio de Águeda: um quarto lugar que prestigia o jovem técnico e momentos da época de quase brilhantismo no nível de jogo.

Antes das derradeiras palavras, agradecer em primeiro lugar a quem leu estas crónicas durante a época. Depois, mandar um abraço de boas férias a treinadores e jogadores, que descansem bem e que para o ano voltem com a mesma responsabilidade e qualidade.

2 de Junho de 2024
Instagram AFA
Notícias Relacionadas
Categorias
Tags
Facebook
Notícias Mais Lidas