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Nuno Manta Santos "tem capacidade para assumir" o Feirense
Mais de três meses depois, o Feirense voltou às vitórias na Liga. Nuno Manta Santos, até aqui adjunto, assumiu a tarefa de orientar a equipa frente ao Paços de Ferreira, após a saída de José Mota, e a resposta foi a do costume. Uma vitória (2-0), tal como em 2012, quando venceu dois jogos na transição entre a saída de Bruno Moura e o regresso de Quim Machado. Adolfo Teixeira, que trabalhou com ele durante treze anos, considera que o seu antigo adjunto “tem capacidade para assumir” a equipa fogaceira.

Para se perceber a magnitude do feito alcançado por Nuno Manta Santos diante do Paços, o Feirense interrompeu uma série de cinco desaires seguidos na Liga, que se inserem num rol de nove jogos consecutivos sem ganhar. Desde a primeira jornada, no Estoril (2-0), que os azuis não terminavam um jogo sem sofrer golos, e, mais importante do que isso, abandonaram a zona de despromoção.

Para Adolfo Teixeira, que trabalhou com o técnico interino dos fogaceiros, Nuno Manta Santos “tem capacidade para assumir” a equipa. “É um verdadeiro líder”,
diz o atual treinador do Fiães, que lhe elogia a “qualidade de treino, a competência e a organização”. “Com ele, as equipas têm sempre raça e querer”, completa.

O treinador sublinha que Nuno Manta Santos “tem o nível máximo” de treinador. “É inteligente e aplicado. Vai muito ao pormenor. Observa muito bem o adversário e tem uma qualidade de treino fora do normal”, acrescenta.

Adolfo Teixeira conheceu Nuno Manta Santos nos iniciados do Feirense, há cerca de vinte anos. “Quando cheguei, ele já estava no clube. Perguntou-me se não me importava de trabalhar com ele, e eu disse-lhe que sim”, recorda.

Foi o início de uma relação que durou treze anos. “Foi sempre super competente e exigente, e tem uma paixão enorme pelo clube. Foi sempre muito leal aos princípios dele”, conta Adolfo Teixeira, que recorda um período que o marcou: “Lembro-me de uma altura em que ele dava aulas na Amadora. Ao domingo ia para lá. Às terças e quintas-feiras, vinha para dar o treino, e depois voltava para baixo. Isso só mostra a paixão que ele tinha pelo futebol, mas acima de tudo em relação ao Feirense”.

Estudioso e metódico, Nuno Manta Santos sempre demonstrou “capacidade de se organizar e de fazer muita coisa que, na altura, era quase impensável para a idade que tinha”.


“Ele formou-se praticamente com os pais longe, na África do Sul. Não era fácil, aos 21 anos, fazer tudo sozinho”, recorda Adolfo Teixeira, que viu o seu adjunto assumir o comando dos juniores do Feirense quando decidiu abandonar o clube.


Nuno Manta Santos orientou a equipa na 2.ª Divisão Nacional durante três temporadas, tendo-a subido ao principal escalão na época passada. Pelas suas mãos passaram, entre outros, Fabinho, autor do primeiro golo do Feirense diante do Paços de Ferreira, Rúben Oliveira, Agostinho Carvalho ou Rafa, hoje no Benfica.


Não sei se o Feirense lhe vai dar a oportunidade de ser o treinador principal. Espero que sim”, atira Adolfo Teixeira, que tem a certeza de que, “independentemente do que vier a acontecer, ele irá ficar no clube, porque tem uma paixão enorme por ele”.

Fotografia
Clube Desportivo Feirense
23 de Dezembro de 2016
Rui Santos
ruisantos@afatv.pt
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