Desde que assumiu a presidência do CCR São Martinho, em 2014, Fernando Vieira definiu como prioridade dotar o campo Manuel Emílio dos Santos de um relvado sintético. Sete anos depois, a sua concretização estará próxima, depois de a Câmara Municipal de Castelo de Paiva, que é a proprietária do espaço, ter dado luz verde ao processo. “Havia muita gente que nunca acreditou que este sonho viesse a ser concretizado”, desabafa o dirigente, que fala num empreendimento que terá um “grande impacto” no futuro do clube.

Se há alguém que compreende na sua plenitude o passo que o CCR São Martinho se prepara para dar é Fernando Vieira. A meio da última década, colocou o curso de Engenharia Civil em suspenso para “tomar conta do clube”. Desde que foi eleito presidente, tem-se desdobrado por diversos papéis, desde o de roupeiro ao de responsável pela marcação das linhas no campo pelado. “Pus de parte a minha vida profissional, mas não estou arrependido. Gosto muito disto”, explica o dirigente, de 47 anos.

A colocação de um piso sintético no campo Manuel Emílio dos Santos é “um prémio para todos os que não abandonaram o clube” e terá “um grande impacto” na coletividade, pois, a seu ver, a melhoria das condições “vai trazer mais atletas”. Aliás, à medida que a novidade se foi espalhando, Fernando Vieira passou a ouvir vários pais dizerem-lhe que irão colocar os seus filhos a praticar futebol no clube, que conta, atualmente, com cerca de 80 atletas. “Não é fácil jogar na terra, com chuva e frio. Os pais tinham outras opções para colocar os miúdos, mas eles gostam de andar ali”, salienta.

Aprovado um apoio de 100 mil euros pela autarquia de Castelo de Paiva, que é a proprietária do espaço, e depois de aceite uma candidatura no Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), o presidente do CCR São Martinho está a reunir os orçamentos necessários para, posteriormente, escolher a empresa que ficará encarregue pela execução da obra. A sua expetativa é arrancar com os trabalhos “em meados de abril”, tendo como objetivo terminá-la a tempo do início da próxima temporada. Até lá, o clube procura uma solução para disputar os jogos em casa na Prova Final da 2.ª Divisão Distrital.

Para uma altura posterior ficarão outras obras de beneficiação do campo Manuel Emílio dos Santos. “Nos tempos que correm não é fácil” avançar com elas, admite Fernando Vieira. Até lá, espera fortalecer as sinergias criadas com a comunidade local, que permitiram, entre outras coisas, “alterar os balneários e montar um miniginásio com ofertas”. “Há várias formas de ajudar. Da nossa parte, no que podermos retribuir, iremos apoiar”, remata.

Fotografia
Pedro Carvalho | CCR S. Martinho