Marcelo Santiago e os golos marcados num “futebol moderno feito de reencontros”

Foi o autor do primeiro golo do SC São João de Ver no triunfo de ontem sobre o Anadia FC (2-0), e que golo, um “chapéu” de fora da área que deixou quem o viu totalmente deliciado. Depois de ter iniciado a presente época na LAAC, do Campeonato SABSEG, Marcelo Santiago está de volta ao Campeonato de Portugal, prova onde ganhou a reputação de matador, e está convicto de que o seu novo clube vai alcançar os objetivos a que se propõe.

O avançado é desenhador técnico na área das ferramentas, atividade profissional que desempenha há cinco anos e que lhe tem colocado alguns condicionalismos à prática do futebol. Marcelo Santiago explica que começou a época na LAAC por aquele se tratar de “um projeto aliciante”, mas também porque estava a tornar-se “difícil conciliar o trabalho com o futebol”. “Na altura, a LAAC deu-me a possibilidade de treinar e jogar sem abdicar do trabalho. Felizmente, foi possível aceitar o desafio do São João de Ver e manter tudo igual a nível profissional, mas jogando num patamar superior”, explica.

Aos 32 anos, o avançado admite que se sente “entusiasmado por voltar a jogar no Campeonato de Portugal”, ele que já apontou três golos em nove jogos desde que chegou ao SC São João de Ver, o mais recente dos quais um chapéu de belo efeito ao guarda-redes do Anadia FC. “A equipa esteve bem e o remate também me saiu bem. Ganhámos ao líder, que ainda não tinha qualquer derrota na competição. A nível individual, sinto que já estou totalmente adaptado, depois de ter começado a época nas provas distritais”, revela, ele que já tinha sido orientado pelo seu atual treinador, Nuno Pedro, no RD Águeda e no Anadia FC. “Marquei a uma equipa que já representei, mas nos dias de hoje essa é uma situação normal, porque o futebol moderno é feito de reencontros”, assegura.

Marcelo Santiago considera que, ao longo da carreira, “foi importante estar ligado aos golos”, ele que se foi destacando no Campeonato Portugal pelos seus registos, superando a marca dos dez golos durante cinco épocas consecutivas. “Os golos são fundamentais para os avançados, mas as conquistas coletivas são sempre mais importantes. Por isso, gostava de ter feito outra carreira e sei que falhei em alguns momentos em que não podia falhar. Contudo, não é por causa disso que deixo de me sentir feliz com o meu percurso, que foi construído com muito trabalho e dedicação”, admite.

O avançado, que iniciou a carreira no SC Beira-Mar e jogou na formação do FC Porto, recorda que viveu momentos de felicidade que o motivaram a “lutar para fazer sempre melhor no futebol”. “Sinto-me realizado porque, além dos golos, também consegui coisas bonitas, nomeadamente a subida à 2.ª Liga pelo Tondela. Também fui algumas vezes o melhor marcador nas provas nacionais e estive associado a uma das melhores épocas do Estarreja e do Pampilhosa”, recorda.

Durante a sua vasta carreira, o jogador teve ainda duas experiências no estrangeiro, no Pontevedra e no FK Jagodina, “momentos que acabaram por ser complicados por estar longe da família”. “Quando jogava em Espanha até tinha a oportunidade de ver a família com alguma regularidade. Na Sérvia, fiquei surpreendido pela qualidade do futebol, mas não me adaptei à mentalidade de leste e a uma certa frieza da população. No fundo, o que mais pesou foi a distância e o facto de não estar com a família”, confessa.

A vestir uma nova camisola e mais perto dos seus, Marcelo Santiago confia nas suas capacidades para ajudar a equipa no ano que marca o regresso do clube do concelho de Santa Maria da Feira aos campeonatos nacionais. “Acredito que o São João de Ver vai alcançar os seus objetivos e conquistar um lugar na 3.ª Liga. Estamos focados, mas temos de continuar com a nossa base de trabalho e humildade para lá chegarmos”, conclui.

Fotografia
CCDR Vila Cortês do Mondego

8 de Fevereiro de 2021
Vítor Hugo Carmo
geral@afatv.pt
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