Lugar Cativo: Só uma pandemia fez André e Ângela falhar os jogos do CD Cucujães

Ainda antes de sequer se conhecerem, André Carvalho e Ângela Silva criaram com o futsal uma relação de cumplicidade que ganhou ainda mais força depois de se terem tornado num casal. O surgimento de uma equipa na vila de onde são naturais, Cucujães, intensificou essa paixão, ao ponto de, antes de a Covid-19 se apoderar do nosso quotidiano, não perderem um jogo do CD Cucujães, fosse ele em casa ou fora.

Esses são tempos recordados com saudade por André Carvalho. Como quando, ainda na pré-época, fez uma centena de quilómetros para ver a equipa jogar com o Atómicos SC para um torneio realizado em Oliveira do Bairro. “Agora é mais difícil, mas tentamos gerir da melhor maneira. Vemos alguns jogos pela AFA TV, mantemos contacto com um ou outro jogador, mas as saudades são imensas”, confessa, ele que espera poder voltar a desempenhar o seu papel nas bancadas em breve.

É que, muitas vezes, “quando o jogo não está a correr da melhor maneira, uma palavra ou um conselho é o suficiente para os jogadores se focarem no jogo”, e aí não há teletrabalho que valha aos adeptos para poderem contornar a situação. Ainda assim, André e Ângela fazem o que podem para incentivar a equipa, que vai jogar a prova de acesso à Taça Nacional. “Fazemos alguns posts, nas páginas do clube, e até chegámos a fazer vídeos para os incentivar”, conta o adepto, ansioso por poder retomar a rotina do pré-pandemia.

Nessa altura, não havia um fim de semana em que não vissem o CD Cucujães jogar. Começaram pelos jogos em casa, mas em pouco tempo perceberam que isso não bastava e decidiram percorrer o distrito atrás do clube do coração. Os melhores momentos foram vividos em 2019, quando a equipa se sagrou campeã da 2.ª Divisão Distrital e chegou à final 4 da Taça Distrito de Aveiro. “Nos quartos de final, fizemos um jogo brutal, em casa, com o Azagães. Foi um grande espetáculo”, recorda André Carvalho, que desse ano guarda uma camisola oferecida pelo clube, um reconhecimento pelo apoio que, tanto ele quanto Ângela Silva, deram à equipa ao longo dessa época.

A pandemia refreou-lhes o ímpeto, mas não fez esmorecer a paixão que ambos nutrem pelo clube. André e Ângela esperam que o regresso às bancadas “esteja para breve”. Enquanto ele não acontece, vão pedindo aos diretores presentes nos jogos para os irem atualizando da marcha do marcador, a forma possível de se manterem ligados à equipa em tempos como estes.

Curioso é que nem um, nem outro, praticaram futsal federado. Ângela Silva ainda jogou pela sua escola no Desporto Escolar, enquanto André viu o “bichinho” pela modalidade nascer nas férias que passava em Lisboa, na adolescência. “Tenho lá um primo que é treinador. Então, ia ver os treinos dele e os jogos de preparação”, que complementava com as partidas que passavam na televisão. E se tudo começou “como uma brincadeira”, no que ao apoio ao CD Cucujães diz respeito, hoje a coisa é bem séria. Como é bonito o amor.

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8 de Maio de 2021
Rui Santos
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