É tudo uma questão de confiança. Mais forte psicologicamente, Lino Júnior recuperou a paixão pelo jogo e viveu uma época de sucesso na equipa Sub-23 do FC Bom-Sucesso, com o prémio de melhor marcador do Campeonato de Esperanças da AFA como prova irrefutável. “Ter malta a confiar e a acreditar em mim, mesmo quando as coisas não me correram tão bem, tornou as coisas mais fáceis”, confessa o jovem avançado, de 22 anos.

Natural de Moçambique, Lino mudou-se para Portugal há mais de quatro anos, para prosseguir os estudos. Hoje, frequenta o Mestrado em Engenharia Civil, que concilia com o futebol, onde também tem dado boa conta de si. Desde que chegou a Aveiro só conheceu um clube, o FC Bom-Sucesso, que representou na 2.ª Divisão Distrital de seniores e no Campeonato de Esperanças, no escalão Sub-23.

“É um clube que me diz muito e uma casa para mim. Eles acreditaram em mim nos momentos em que até eu duvidei. Devo-lhes muito. Este sucesso é fruto do trabalho que aquela malta maravilhosa tem feito ao longo de vários anos”, diz, enquanto recorda uma “época com muitos altos e baixos”, que não o impediram de alcançar o objetivo de se tornar no melhor marcador do Campeonato de Esperanças da AFA.

“Isso significou muito para mim, porque vinha de épocas que me fizeram duvidar. Mais do que isso, tinha perdido aquele brilho em jogar, de estar feliz em campo, mas esta época deu para me reencontrar e voltar a ganhar a paixão pelo jogo”, conta Lino Júnior, que foca o “fortalecimento a nível psicológico” como um dos principais pontos evolutivos no seu jogo. “Deu para amadurecer muito mais a esse nível. Era algo que me faltava, deixava-me abalar”, contextualiza.

Lino define-se como um jogador resiliente, veloz, imprevisível no drible, forte nas bolas aéreas e de técnica apurada. Esses atributos renderam-lhe dez golos no Campeonato de Esperanças, mais três do que Danilo Correia, do Florgrade FC, Hugo Oliveira, da ARC São Vicente Pereira, e Pedro Pinho, da ADC Sanguedo. Foi, precisamente, diante dos sanguedenses que apontou o golo “mais especial” de todos, “num jogo fora, muito fechado e contra a 'torcida' deles”, que ficou 0-1.

Ciente de que a distinção como melhor marcador da última edição do Campeonato de Esperanças da AFA “ajuda a ter um certo reconhecimento”, o atacante conta que, no arranque de cada temporada, se desafia a melhorar os seus registos, individuais e coletivos. “Digo a mim próprio: 'Por que não?'. Estabelecer uma meta ajuda-me a ter motivação a cada treino e jogo”, explica.

Para além dos feitos com a camisola do FC Bom-Sucesso, Lino Júnior também foi chamado aos treinos da seleção Sub-23 de Aveiro e deu nas vistas nas fases finais dos campeonatos universitários. “É gratificante ver que os meus feitos em campo têm sido reconhecidos”, remata.

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FC Bom-Sucesso