Juntos na arbitragem e no apoio aos mais necessitados

Há sentimentos que nenhuma pandemia consegue quebrar. A amizade é um deles, tal como a união e o altruísmo, fundamentais para o seu combate. Imbuído desse espírito, um trio de arbitragem da Associação de Futebol de Aveiro mantém-se unido, fora de campo, no apoio aos mais necessitados. Joel Sousa, Rodrigo Fontes e Sérgio Lopes não se largam no futebol e são voluntários na Cruz Vermelha, missão que ganha redobrado significado em fases de maior emergência, como a atual.

A temporada desportiva terminou de forma extemporânea, aliviando a carga horária dos seus protagonistas. Alguns ainda se debaterão sobre o que fazer com o tempo que, entretanto, ficou disponível, mas Joel, Rodrigo e Sérgio não demoraram muito a preencher as vagas no calendário. Voluntários na Cruz Vermelha ao longo do ano, decidiram intensificar o apoio “nesta altura mais critica”. Quem o diz é Rodrigo Fontes, que é, juntamente com Sérgio Lopes, árbitro assistente de uma equipa liderada por Joel Sousa. Os dois primeiros são naturais de Fiães, enquanto que o chefe de equipa é oriundo da freguesia vizinha de Sanguedo. “Andamos sempre juntos no futebol”, refere Rodrigo, uma união que tem estreitado laços durante a pandemia.

Joel Sousa trabalha na delegação de Sanguedo da Cruz Vermelha, Rodrigo Fontes no Hospital São Sebastião, em Santa Maria da Feira, e Sérgio Lopes é técnico de emergência no INEM. Aos dias já de si intensos decidiram acrescentar, em regime de voluntariado, o transporte de doentes infetados com Covid-19 – “fomos das primeiras corporações a fazê-lo no concelho da Feira” – e das emergências pré-hospitalares que têm surgido. “O número de infetados tem vindo a aumentar e o trabalho também”, explica Rodrigo Fontes, que não consegue reprimir algum receio. “Todos temos família em casa. Deixamos a vida pessoal em prol da Cruz Vermelha. Tentamos sempre fazer pelo melhor”, assegura.

Para o árbitro assistente, “as pessoas estão a aderir positivamente ao apelo que é feito todos os dias pela Direção-Geral de Saúde para ficarem em casa”, sobretudo porque perceberam que “isto, efetivamente, é perigoso e mata”. “Há que haver precauções acrescidas. Os feirenses, e não só, têm estado a cumprir o que lhes é pedido, na medida do possível, e têm adaptado a sua vida à realidade atual”, completa.

O regresso à normalidade levará o seu tempo. Até lá, Rodrigo alimenta a esperança com as recordações do passado, de “acordar cedo e chegar tarde a casa nos fins de semana e de esperar por cada quarta-feira para saber quais os jogos para arbitrar, para fazer o estudo dos mesmos”. O ‘bichinho’ da arbitragem continua bem vivo, “é uma paixão comum aos três”, mesmo que componham “a equipa que nunca tem adeptos”. “A arbitragem, a par da Cruz Vermelha, uniu-nos. É uma coisa que gostamos muito de fazer e sentimos essa falta”, sublinha Rodrigo Fontes.

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21 de Abril de 2020
Rui Santos
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