José Marrero não via a avó há quatro anos, reencontraram-se e o momento tornou-se viral

Tornou-se viral o vídeo do momento em que José Marrero, guarda-redes do CD Arrifanense, reencontrou-se com a sua avó, que não via há quatro anos, desde que deixou a Venezuela para fugir de uma nação em declínio económico-financeiro. Aconteceu no final da partida em que os verdes e brancos derrotaram a AD Nogueira da Regedoura, na qual o venezuelano manteve a sua baliza inviolável, quando este se deparou com uma surpresa feita pela sua família, não conseguido esconder as emoções que dele se apoderaram.

José Marrero chegou a Portugal em 2018, deixando para trás uma Venezuela que sofre uma aguda crise socioeconómica que assola a grande maioria da população, apesar de ter, à data, “renovado contrato por mais dois anos” com o Atlético Venezuela. “A situação do país estava a tornar-se complicada. A minha namorada tinha vindo para Portugal em abril e tomei a decisão, sem dúvida a mais difícil em toda a minha vida até agora, de vir em setembro”, contextualiza o guarda-redes de 27 anos.

Chegado ao território português, instalou-se no Furadouro, Ovar, e treinou durante duas semanas à experiência na AD Ovarense, mas “não tinha como ir” para os treinos. Entretanto mudou-se para Santa Maria da Feira. “Ia ao estádio da ARC S. Vicente Pereira, à noite, jogar com amigos que conheci em Portugal. Um dia tomei a decisão de perguntar [aos dirigentes do clube] se podia treinar [com a equipa], para me mostrar. Na altura, era o mister Adriano Machado e disse que sim, que não havia problema. E fiquei, em fevereiro de 2019”.

Cumpre sensivelmente uma época e meia no clube de Ovar, rumando na temporada transata ao CD Arrifanense. José Marrero destaca a diferença entre os dois campeonatos, mas enaltece a (calorosa) receção que teve no emblema de Santa Maria da Feira. “Os campeonatos são totalmente diferentes, entre SABSEG e 1.ª Divisão Distrital. A minha adaptação ao CD Arrifanense foi imediata, porque desde o primeiro dia que fui bem recebido. Acarinharam-me rapidamente. Optei por ficar mais uma época, esta que estou a cumprir, 100% comprometido. Fiz quase a totalidade dos jogos na época passada, o que foi bom, porque jogar era um dos objetivos que tinha quando vim para Portugal”, prossegue.

Em Portugal há cerca de quatro anos, perdeu a ligação física com a sua avó, pessoa com quem desde tenra idade criou um vínculo de afinidade que jamais irá perder. No domingo, para sua surpresa, reencontraram-se, uma prenda após uma vitória muito ansiada. “Não fazia ideia. Estavam a chamar-me no altifalante, mas nem estava a ouvir. Estava a ir para a roda, com a equipa. Foi uma felicidade porque ganhámos o jogo… estávamos a precisar da vitória. Quando sou chamado, vi a minha família e no início pensava que era uma brincadeira, até bati palmas e dancei, mas fazem-me sinal para me virar para a direita e foi quando vi a minha avó”.

Uma surpresa que “não estava a contar”. “Todos sabiam. Foi agradável, comecei logo a chorar. Já não a via há quatro anos e é difícil conter as emoções nesses momentos”, diz, salientando que viveu com a sua avó desde os três anos de idade. “Foi quem me criou”, evidencia.

Um momento que José Marrero levará consigo para todo o sempre. Fica garantido que a sua passagem pelo clube de Arrifana jamais será esquecida.

Para esta temporada, o guarda-redes, que trabalha numa fábrica de colchões, assegura que o objetivo do clube é assegurar a manutenção o mais rapidamente possível, mas acredita que o plantel tem qualidade para rondar os quatro primeiros lugares. “Os objetivos são claros. O principal é a manutenção. Com a vitória de domingo conseguimos afastar-nos dos clubes do fundo [da tabela]. É muito importante, cria-se uma diferença de pontos que neste campeonato – onde qualquer equipa pode ganhar a outra – é difícil recuperar. O que vier por acréscimo será bem-vindo… encostarmo-nos aos quatro primeiros seria muito bom. Temos qualidade”.

17 de Novembro de 2022
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