Se a estreia a vencer no campeonato é sempre um momento marcante, fazê-lo com um golo em tempo de compensação torna-o inesquecível. A ADC Sanguedo que o diga, com Gonçalo Vivas a desempenhar o papel de herói na quebra do enguiço de resultados na 1.ª Divisão Distrital. “Daqui para a frente temos tudo para conseguir mais vitórias”, acredita o jovem avançado, que dá seguimento ao legado de futebolistas da família.

Não servindo como explicação única para os sucessos e eventuais infortúnios, já se sabe que a sorte desempenha o seu papel ao longo de cada temporada, obrigando a uma constante gestão de expetativas e de ânimos. No caso da ADC Sanguedo, que só à 10.ª jornada da 1.ª Divisão se estreou a ganhar, vinha faltando “a sorte de fazer o primeiro golo” nos jogos, o que aconteceu no último domingo.

“Tivemos a sorte de, na parte final, o encontro cair para o nosso lado”, admite Gonçalo Vivas, que sentiu a equipa “mais confiante e sem medo de jogar” frente ao CDC Macieira de Cambra, que derrotou por 1-0. “As coisas começaram a sair e começámos a impor o nosso estilo de jogo”, conta o autor do golo que decidiu a partida. “Fico contente por isso. Festejámos todos, em conjunto. Só me foquei nos meus colegas de equipa, porque estávamos a merecê-lo há bastante tempo. Passámos por momentos difíceis e fizemos aquilo como equipa, não fui só eu”, sublinha.

Pelo meio, houve uma troca de treinador, com José Neves a trazer “novas táticas e outros pensamentos” a uma equipa que se tem esforçado por colocar em prática as ideias do técnico. “Ele pediu aos jogadores mais agressividade e tentou dar-nos a maior confiança possível. Nós confiámos e fomos com tudo para dentro do campo. Jogámos o futebol que ele pediu e conseguimos a vitória”, refere o avançado, de 19 anos.

Gonçalo acredita que o sucesso do último fim de semana poderá servir de mote para a ADC Sanguedo “conseguir mais vitórias, sair da zona de descida e fazer um bom campeonato”. A viver o primeiro ano no escalão sénior, confessa que ser jogador é algo com que sempre sonhou, ou não viesse ele de uma família de futebolistas. O avô, Alberto Vivas, chegou a jogar na 1.ª Liga pelo SC Espinho e pelo Chaves na década de 1980, e os primos disputam os campeonatos distritais de Aveiro. “Sempre que estamos juntos falamos dos nossos jogos e das equipas que consideramos mais difíceis de enfrentar”, conta o estudante de Engenharia Informática, outra das suas paixões.

Novos líderes a norte e a sul
A Zona Norte da 1.ª Divisão é agora liderada pelo AC Cucujães, que bateu a ARC São Vicente Pereira (3-1) e aproveitou o deslize do Relâmpago Nogueirense, que perdeu na receção ao Lusitânia de Lourosa FC B, por 0-2.

Com um 'bis' de Fábio Rosas, o GD São Roque levou de vencida a JD Carregosense (2-0), enquanto o CD Arrifanense derrotou a AD Argoncilhe (1-0) e o SC Paivense ganhou na casa do FC Macieirense (1-2), com dois golos de Sandro Henriques. Já GD Ronda e AD Nogueira da Regedoura empataram a duas bolas, com Wilson Santos a bisar pelo conjunto do concelho de Santa Maria da Feira.

Tal como a norte, a Zona Sul tem, igualmente, um novo comandante, o GD Mealhada, que venceu o GD Gafanha SAD por 2-0, com um 'bis' de Marcos Castanheira. Para trás ficou a AD Valonguense, que viu o jogo diante da UD Mourisquense ser interrompido perto do fim, numa altura em que o resultado era de 2-2.

Um golo de João Correia bastou ao SC Vista Alegre para vencer em Santo André por 0-1, resultado com o qual a AA Avanca derrotou o GD Calvão, valeu o tento de Rodrigo Martins.

A LAAC derrotou a UD Bustos por 5-2, pese embora o 'bis' de Mamudo Cá pelo conjunto de Oliveira do Bairro, e a AD Valecambrense ganhou ao CCR Válega por 3-2, num jogo decidido por César Silva perto do minuto 90, enquanto ADC Vila Nova de Monsarros e FC Pinheirense não saíram do nulo.

Fotografia
Bernardo Benjamim