Florgrade FC, Juveforce, GD São Roque e GD Gafanha: "Os Invencíveis"

São quatro as equipas das três competições de futebol sénior sob égide da Associação de Futebol de Aveiro que ainda não perderam qualquer jogo esta temporada. Um feito que esperam fazer perdurar, para consequentemente atingirem os seus objetivos a longo prazo, mas que não se afigura tarefa fácil face à competitividade existente nas provas aveirenses.

Florgrade FC: "Temos de estar constantemente em alerta total"

Cumpre a segunda temporada no Campeonato SABSEG e mostra ambição em deixá-lo o mais prontamente possível, rumando a provas de índole nacional. Apesar de não ser uma meta de fácil observância, a Florgrade FC tem-se apresentado irrepreensível, seguindo na liderança da zona Norte de forma isolada, não tendo consentido qualquer derrota até ao momento e partilhando o estatuto de melhor ataque e melhor defesa com o União de Lamas, 2.º classificado.

André Ribeiro foi contratado para a (nova) missão da equipa e destaca a importância de os jogadores perceberem as suas ideias, e a da equipa técnica em compreender aquilo que os atletas podem dar. “A preparação da temporada consistiu em percebermos a realidade do clube e do campeonato, para depois tomarmos as melhores decisões na construção do plantel, para sermos competentes. Seria mais vantajoso contratar jogadores que já conhecíamos, com quem já trabalhámos. É importante para os jogadores conhecerem as ideias do treinador e é importante nós, equipa técnica, percebermos o que cada um pode acrescentar ao coletivo”, contextualiza.

Séries longas sem desaires não são novidade para o técnico de 35 anos, que quer os seus pupilos em alerta máximo em todos os jogos. “Perspetivávamos, e perspetivamos, sermos competentes em todos os jogos. É importante o plantel perceber que o facto de não termos derrotas dá maior responsabilidade. Temos de estar, ainda mais, em estado de alerta”, prossegue, admitindo que a primeira derrota “irá acontecer” mais tarde ou mais cedo.

“Não perder não é novidade para a equipa técnica. No Lusitânia de Lourosa conseguimos estar oito meses – 27 jogos – sem qualquer derrota. A única diferença é perceber que não podemos perder o caminho, temos de estar ‘vivos’ e ‘ligados’ e isso começa no treino. Cada jogo tem a sua história e temos apenas um ponto de vantagem, que nada garante para o desfecho do campeonato. Temos de estar constantemente em alerta total”, acautela.

Quanto ao assumir da candidatura à subida de divisão, André Ribeiro não descerra a cortina e prefere traçar objetivos com o decorrer da época. “Traçámos objetivos a curto prazo e o primeiro é estar na fase final… depois iremos traçar novos. Não adianta falar em subida de divisão quando ainda nem a primeira fase está concluída. O principal objetivo é ficar nos quatro primeiros e depois pensar o que equipa técnica, jogadores e direção conseguem fazer”.

Sobre o Campeonato SABSEG, diz estar “recheado de qualidade, de todos os intervenientes do jogo, desde jogadores, treinadores e árbitros”. “Estive na Liga 3 e no Campeonato de Portugal e agora estou no Campeonato SABSEG. Percebo o quão difícil é jogar ou apitar nesta divisão. Numa Liga 3 ou Campeonato de Portugal o jogo é mais estratégico, há mais espaço para jogar, não temos de tomar tantas decisões. Neste, como é tão competitivo, como o estado dos terrenos não é muito favorável, têm de ser tomadas muitas decisões… é mais caótico e anárquico, o que leva a que haja mais erros”.

Então, salienta a importância de “valorizarmos o que temos, ao invés de estarmos sempre a criticar”. “Temos um campeonato fantástico. Conseguimos trabalhar de forma profissional também graças à AFA TV, com a disponibilização dos jogos à segunda-feira. É de realçar. É um campeonato fantástico a todos os níveis. Temos de elogiar, independentemente de ganharmos ou perdermos”, conclui.


Juveforce: "Projeto de dois anos" para acesso ao Campeonato SABSEG

Crédito: Juveforce


Bruno Silva chegou à Juveforce em 2021/22, proveniente da equipa de iniciados da AD Taboeira, para assumir um projeto de subida – em dois anos – ao Campeonato SABSEG, e a exigência competitiva encontrada na 1.ª Divisão Distrital remeteu essa meta para esta época.

Até então, o emblema de Ponte de Vagos segue uma caminhada imaculada na zona Sul, detendo um registo 100% vitorioso e tendo conquistado os três pontos em todos os seis jogos disputados – vencendo ainda o encontro a contar para a Taça de Aveiro.

O técnico admite ter chegado ao clube “um pouco descontextualizado face àquilo que é o contexto sénior”, mas assumiu, em uníssono com a direção, “um projeto de dois anos para colocar a Juveforce no [Campeonato] SABSEG”. “Na época passada, achámos e sentimos – em alguns momentos – haver condições para tentar esse objetivo, mas a meio fomos percebendo ser demasiado cedo”, revela.

Então, os dirigentes vaguenses aproveitaram para “criar bases para esta temporada, corrigindo o que não foi feito tão bem feito no primeiro ano”, para em 2022/23 “ir ao encontro desse objetivo de forma mais vincada”. “Preparámos a época nesse sentido, percebendo o enquadramento competitivo, a forma de jogar da maioria das equipas e o que o campeonato exige”.

O timoneiro classifica o campeonato como “muito curto e com muitas paragens”. Entre 2021/22 e 2022/23, a Juveforce operou uma redução no número de atletas no plantel, “muito extenso no primeiro ano”, para desta forma “ganhar maior ritmo competitivo”. “Em termos de características, fomos à procura das que nos faltaram no ano passado, sobretudo a experiência, apesar de sermos, ainda, um plantel muito jovem… o que poderia retirar-nos alguma possibilidade de sucesso em jogos em que a experiência acaba por ser determinante”.

Bruno Silva reforçou o plantel com “jogadores que já tinham estado em contexto de SABSEG ou em divisões acima”, que “pudessem aportar à equipa exigência e experiência”. “Conseguimos juntar um bom grupo. Estamos melhores do que no ano passado, para tentarmos, sabendo das dificuldades e respeitando os adversários, fazer o nosso caminho”, considera.

Face ao arranque de temporada, não se deslumbra com o registo só de vitórias e quer manter o pensamento jogo a jogo. “Na pré-época jogámos com algumas equipas de SABSEG e fomos percebendo que tínhamos um grupo de trabalho competitivo e que podia ser possível entrar bem no campeonato. Pensamos sempre no jogo imediatamente seguinte. Ao fim de seis jogos, porque já folgámos, temos conseguido ganhar. Sabemos que à medida que vamos ganhando, as dificuldades vão ser maiores. A maior parte das equipas não colocaria a Juveforce em 1.º lugar nesta fase, mas agora acho que começam a ver-nos com outros olhos”, prossegue.

Ainda assim, Bruno Silva considera haver equipas com argumentos mais fortes para alcançarem a subida. “Vamos sentindo que contra nós as equipas correm e lutam mais. Estamos em 1.º e querem sempre ganhar ao líder, e todas as semanas as dificuldades vão aumentando. O que fazemos é continuar a pensar no jogo seguinte, amealhando o máximo de pontos possível. Apesar de ser o objetivo interno, esse ‘peso’ está mais do lado das equipas com outro historial ou condições orçamentais, o que também poderá jogar a nosso favor, porque vamos mais libertos, sem pressão para os jogos”.

Termina assegurando ter à sua disposição “um grupo de trabalho muito bom”. “O mérito de conseguirmos semana após semana os três pontos é inteiramente dos jogadores”.


GD S. Roque: "Plantel dará garantias aos objetivos"

Crédito: GD S. Roque


Na zona Norte da 2.ª Divisão Distrital, o registo de invencibilidade pertence ao GD São Roque. O treinador Joca preferiu remeter declarações a Hélder Pinto, membro da sua equipa técnica, que desvenda qual o objetivo para esta época: a subida.

O preparador-físico, que caracteriza a sua função como um “complemento ao trabalho do mister Joca”, fala sobre a preparação da equipa para 2022/23. “No início definimos qual o objetivo e fomos tentando, dentro das condições que o clube oferece, captar jogadores que fossem mais-valias. Perante o nosso orçamento, conseguimos captar atletas através da ambição de ter uma equipa competitiva e de subir”, conta, referindo que o plantel “curto” conta com “muitos miúdos ex-juniores, que fizeram um campeonato muito bom, subindo de divisão no ano passado”. “Temos um plantel limitado em opções, mas que em princípio nos dará garantias para [atingir] os nossos objetivos”.

Hélder Pinto considera o número de unidades de treino semanal limitativo, referindo que o seu trabalho se foca “mais a nível físico, com maior incidência na velocidade, agilidade e mudanças de direção”. “É nesse campo que entro, não na questão técnico-tática”.

Não esconde que o objetivo delineado desde cedo passa por não consentir qualquer desaire. “Sempre foi o objetivo. No último domingo empatámos e ficámos muito frustrados, foi o nosso primeiro empate. A ideia é fazer um campeonato o mais regular possível. Sabemos que vamos ter jogos complicados, com muitos dérbis”, avança, referindo que o GD São Roque tem a vantagem de em casa jogar num relvado natural, mas o reverso da medalha dá-se na qualidade de visitante, porque “fora é quase sempre em sintéticos”.

“Começámos a ser reconhecidos pela ambição que tínhamos. Todas as equipas começam a preparar-se melhor, com índices competitivos muito mais elevados, com compromisso diferente, com, provavelmente, prémios para roubarem pontos ao São Roque”, prossegue.

Por fim, admite que subir, e manter o registo de invencibilidade, “não será fácil”, devido a existirem “duas ou três equipas” capazes de fazerem frente ao GD São Roque. “O objetivo agora é mantermo-nos sem derrotas até à paragem, mas sabemos que existem muitas condicionantes”, conclui.


GD Gafanha, SAD: "Esperava um início forte. O objetivo é a subida"

Crédito: GD Gafanha, SAD


Já o GD Gafanha é a única equipa das quatro até então invencíveis que não é líder do seu campeonato. Em seis jornadas disputadas na zona Sul da 2.ª Divisão Distrital, os pupilos de Nuno Francisco somam quatro triunfos e dois empates, mas apenas 14 pontos, face aos 15 do líder VN Monsarros – o único desaire da temporada registou-se na Taça de Aveiro, que acabou em eliminação, nos penáltis, frente ao GD Mealhada.

O timoneiro de 35 anos fala das dificuldades na construção de um plantel idealizado da estaca zero, para o qual foi dada prioridade ‘à prata da casa’. “O clube começou do zero e tivemos algumas dificuldades no início, porque o plantel não tinha uma base para depois ‘facilitar’ as contratações. Mas a verdade é que quando começou a época conseguimos ter o plantel definido. Quanto à preparação, o objetivo foi chamar antigos atletas do clube, tanto seniores – como o caso do Luisão, que tinha jogado aqui seis ou sete épocas, com 38 anos agora – como jovens que passaram pela formação”, refere.

São cerca de 80% os jogadores que já tinham representado o clube da Gafanha da Nazaré, sendo o plantel jovem, com média de idade a rondar os 24 anos. “Foi a prioridade da direção e minha”, reforça Nuno Francisco.

No arranque da temporada, o GD Gafanha segue invencível, averbando 17 golos marcados e cinco sofridos, sendo a defesa menos batida, estatuto que partilha com a VN Monsarros. O técnico não se mostra surpreendido com este início. “Mentiria se dissesse o contrário. Esperava um início forte. Acredito muito na qualidade dos jogadores que tenho à disposição. Tenho jovens com bastante talento. O que senti desde o início é que todos têm vontade de trabalhar e de jogar. São fatores, o talento e o trabalho, cujos frutos traduzem-se neste bom início de época”, prossegue.

Atualmente no 2.º lugar, o GD Gafanha ambiciona chegar à liderança e consumar, com direito a título, a promoção à 1.ª Divisão Distrital. “O objetivo é a subida. Claramente a subida. Se acreditamos no nosso trabalho e se temos qualidade, só temos de assumir essa vontade de chegarmos ao final do campeonato e ficarmos no 1.º lugar”, almeja.

Sobre a 2.ª Divisão Distrital, Nuno Francisco considera estar a subir em termos de qualidade. “Em relação aos anos anteriores ganhou alguma qualidade. Já se nota que as equipas têm outro tipo de jogadores, com plantéis jovens e com alguma qualidade”.

Fotografias: Florgrade FC; Juveforce; GD São Roque; GD Gafanha SAD

26 de Novembro de 2022
Marcelo Brito
geral@afatv.pt
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