Uma festa de enorme alegria tomou conta das gentes de Romariz e de Anadia, no último domingo, pela subida das equipas da terra à 1.ª Divisão Distrital. Ambas terminaram a sua série na 2.ª Divisão com o estatuto de vice-líderes, que os nortenhos seguraram com um empate na casa do rival direto ACRD Mosteirô (1-1) e que os 'trevos' alcançaram com uma conjugação de resultados providencial: venceram o Mamarrosa FC (6-0) e viram a AA Macinhatense perder diante do CR Antes (1-2).

Romariz FC: Momento de alegria pela 'dívida' saldada ao clube


Em Romariz, a temporada foi preparada tendo como ponto de partida uma dívida por saldar, a de devolver a equipa, despromovida na época anterior, à 1.ª Divisão Distrital. “Foi algo com que me comprometi para esta época, havia essa obrigação. Tínhamos plantel e qualidade para tal”, confirma Yann Lopes, que fecha o campeonato com um sentimento de “dever cumprido e de concretização pessoal, tanto da minha parte como dos atletas”, que saiu reforçado ao ver a “alegria dos adeptos, tanto no estádio do Mosteirô de Arouca como, depois, no Campo dos Valos, onde houve festa até às tantas”.

O treinador recorda uma temporada que arrancou de forma determinada, “com um élan positivo de vitórias e de bons resultados”, que uma sequência menos feliz de jogos acabou por esbater. “Aí, notou-se a pressão a que estávamos sujeitos”, admite Yann Lopes, elogiando a forma como a equipa foi capaz de lidar com tudo isso para carimbar o objetivo proposto para esta época.

“Os nossos atletas mereciam, pela qualidade e pelo que são enquanto jogadores e seres humanos, tal como a minha equipa técnica”, sublinha o timoneiro do Romariz FC, que vê neste regresso à 1.ª Divisão um momento “muito importante” para a afirmação do clube.

“O Romariz está a começar a lançar as bases para uma formação forte e era importante (subir) para mostrar aos atletas da formação que há aqui um futuro em perspetiva”, explica. Para além disso, “sabendo da visibilidade e da competitividade que a 1.ª Divisão já tem, estar lá é muito melhor para atrair jogadores, para a formação e para o plantel sénior”, acrescenta.

Reforçando a ideia de que “o Romariz é um clube de 1.ª Divisão Distrital”, Yann Lopes espera que a coletividade consiga “criar bases estáveis” para, numa primeira fase, “manter-se dois ou três anos na 1.ª Divisão e depois, quem sabe, equacionar o regresso ao Campeonato SABSEG”. “Terá de ser um passo de cada vez”, vinca.

Anadia FC SAD B: “Para o primeiro ano de projeto, melhor seria impossível"


Se, em Romariz, subir de divisão era visto quase como uma obrigação, em Anadia a época da nova equipa B dos 'trevos' foi preparada com outras prioridades. “Em momento algum, quando me foi proposto assumir a equipa, se colocou a hipótese da subida à 1.ª Divisão”, confessa Pedro Alegre, que fala de um “projeto de futuro”, em que o primeiro ano de existência serviria, sobretudo, para se “criar uma base que permitisse, num trabalho a dois anos, subir de divisão”.

Só que o peso do talento dos jovens atletas do Anadia FC SAD B começou a ganhar um peso tal nessa equação que depressa se redefiniram metas. A uma jornada do fim da 2.ª Divisão, os bairradinos só dependiam de si para chegar ao playoff de subida, mas o destino tinha um desfecho mais concreto para lhes oferecer. A depender de um deslize da AA Macinhatense frente ao CR Antes para chegar à segunda posição, os 'trevos' cumpriram a sua parte, vencendo o Mamarrosa FC por 6-0, sempre de ouvido atento ao que se passava em Macinhata do Vouga. “Na segunda parte, sentimos na bancada o festejo de um golo, como se tivesse sido a nossa equipa a fazê-lo. Passaram-nos claramente a mensagem de que o Antes tinha marcado”, recorda Pedro Alegre.

Entretanto, o jogo terminava em Anadia, mas ainda faltava saber o resultado final no Campo 1.º de Maio, que nessa altura era de 1-1. “Cumprimentámos os árbitros e os adversários e agarrámo-nos aos telemóveis para tentar perceber se demorava muito para acabar, porque um golo do Macinhatense colocava-nos no playoff. Nesse momento, percebemos que foi penálti para o Antes e, no final, festejámos nós no campo e as nossas gentes na bancada. Nunca me tinha acontecido isso. Foi uma subida de certo modo anormal e engraçada”, assume o técnico.

Notando que orienta “a equipa mais jovem desta divisão”, Pedro Alegre elogia a prestação dos seus jogadores, sendo que alguns deles acabaram mesmo por se estrear pela equipa principal do Anadia FC SAD, na Liga 3. “Para o primeiro ano de projeto, melhor seria impossível”, sublinha o técnico, que deixa algumas orientações para o futuro: “Uma equipa B só faz sentido se tiver o objetivo de chegar o mais rapidamente possível ao patamar logo abaixo do da equipa principal. É para aí que olhamos”.

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Romariz Futebol Clube 1976 | Anadia FC Futebol SAD