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Eunice Mortágua recebe prémio internacional "Spirit of Fair Play"

A árbitra aveirense Eunice Mortágua será galardoada internacionalmente com o prémio "Spirit of Fair Play" pelos seus atos de humanismo, responsabilidade e fair-play. A atribuição do prémio decorrerá em Roma, entre os dias 3 e 4 de novembro.

Na base da decisão do júri dos prémios do European Fair Play Movement (EFPM), que destacam várias personalidades, organizações e campanhas, está a ajuda prestada a dois jovens atletas que passaram por dificuldades em jogos que a árbitra dirigia, ambos no mesmo dia.

“Este prémio comprova que antes de sermos árbitros somos seres humanos e nunca podemos ficar indiferentes a uma situação como as que aconteceram”, regozija-se Eunice Mortágua, que não esconde o “orgulho enorme” por “trazer esta distinção para Portugal, em nome da arbitragem portuguesa”.

Há 25 anos na arbitragem, Eunice ajudou a socorrer um jogador de 17 anos, que participava no jogo AC Famalicão x Juveforce e que entrou em paragem cardíaca depois de um ataque de ansiedade, na sequência de uma lesão. Poucas horas depois, outro jovem atleta, da AD Valonguense, caiu inanimado no chão no jogo com a AD Taboeira, sofrendo convulsões após uma pancada na zona abdominal.

Com formação em suporte básico de vida com desfibrilhação automática externa, a árbitra ajudou a prestar os primeiros socorros aos jovens até à chegada do INEM, tendo ambos sido assistidos no hospital e tido alta ainda no mesmo dia, depois de sujeitos a vários exames e a observação médica.

“Eu acho que não há tempo para sentir nem pensar muita coisa. Temos de agir. Eu consigo ter sangue-frio para reagir nestas situações. Já tive outras, não tão graves, mas consigo reagir na hora. Depois, quando a adrenalina cai, não é fácil de controlar as emoções. Nesse dia, tive duas situações e não foram emoções fáceis de gerir quando tudo passou”, admite Eunice Mortágua, que lembra a figura do árbitro como “um ser humano, que erra, tem emoções e nunca fica diferente a estas coisas”.

“Isto reforça o papel da arbitragem. As pessoas não têm de nos ver como o “bicho papão”, porque nós nunca ficamos indiferentes em situações como estas e quando pudermos agir e ajudar, vamos fazê-lo”, conclui.

Fotografia: Direitos Reservados

12 de Outubro de 2022
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