Se “a instabilidade é um dos principais problemas dos clubes do distrital”, como sugere o treinador João Tavares, há clubes empenhados em combatê-la e com bons resultados para mostrar. O CDC Macieira de Cambra é um exemplo paradigmático dessa política, o que dá ao jovem técnico, de 29 anos, que vai suceder a Ricardo Pina no comando da equipa principal, maior conforto num momento sempre marcante.

A tal estabilidade que se sente no emblema de Vale de Cambra assenta em vários fatores, mas há um rosto que a personifica na perfeição. Há uma década, Ricardo Pina iniciava nos escalões de formação do clube um trajeto que o conduziu, dois anos depois, à equipa principal, a qual comandou durante oito temporadas consecutivas, com uma promoção pelo meio.

“Foram oito anos muito positivos, que tiveram como expoente máximo a subida à 1.ª Divisão Distrital (em 2021), numa época atípica por causa do covid”, recorda o técnico, que decidiu deixar o cargo por sentir ter chegado o momento para “descansar um bocadinho e dar a vez a outras pessoas que têm muita qualidade dentro do clube”.

Com efeito, o seu sucessor, João Tavares, foi promovido da equipa Sub-19. Será a sua primeira experiência no futebol sénior enquanto treinador principal, depois de ter integrado equipas técnicas de clubes que disputaram o Campeonato de Portugal, no Tourizense e no Fátima. “Sei o que me espera e conheço bem o grupo. Fui treinador de mais de 50% do plantel em contexto de juvenis e juniores, conheço bem a casa e o contexto competitivo. Encarei a situação com toda a naturalidade”, explica.

João Tavares diz “herdar a equipa numa boa posição, pelo excelente trabalho feito pelo Ricardo (Pina)”, e não nega que é “sempre importante saber que o clube trabalha e gosta de estabilidade”, fatores fundamentais para o sucesso. “Concordo com essa ideia. O João Tavares vem dos juniores e queremos dar-lhe tempo para aplicar as ideias dele”, reforça o presidente do CDC Macieira de Cambra, António Moreira, até porque isso “dá mais margem para acudir a outras questões que se têm de resolver”.

“Fizemos uma candidatura ao IPDJ para alterar a iluminação do campo para lâmpadas LED, para reduzir a fatura energética”, assinala o dirigente, sendo que “acabar de pagar o relvado sintético do campo de futebol de 11” é outra das metas, assim como “tornar funcional o sintético secundário para o futebol de 7”, um “objetivo a médio prazo de uma política de melhoria contínua das infraestruturas”, essencial para “aumentar o número de atletas”, que já superou a barreira da centena.

Essa aposta é igualmente importante na hora de recrutar jogadores para a equipa principal, acrescenta Ricardo Pina, que ao longo dos últimos anos tem sentido que “quem vem, gosta e fica” no CDC Macieira de Cambra, “um clube que já se assume e luta por objetivos no campeonato em que está inserido”.

“É um clube apetecível, todos sabem que é cumpridor e organizado”, acrescenta o antigo treinador, que continuará a colaborar com a coletividade noutras funções. “Temos vindo a melhorar e isso vê-se nas classificações”, acrescenta o presidente, António Moreira, trajetória à qual João Tavares pretende dar sequência.

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CDC Macieira de Cambra