"Enquanto meter a bola na baliza, estou no céu"
O Dínamo Sanjoanense surgiu transfigurado em 2016/2017, e um dos 'culpados' tem sido Quirino, o melhor marcador da 1.ª Divisão Distrital, com dez golos. Com um talento natural para a bola, habituou-se desde pequeno a colá-la às redes contrárias. Enquanto assim for, o goleador sentir-se-á no céu.

Os últimos dois verões foram intensos para o Dínamo. Na quadra, a equipa de S. João da Madeira não conseguiu salvar-se da despromoção, mas a constante desistência de alguns clubes permitiu-lhe, invariavelmente, segurar-se no principal escalão de Aveiro.

Foi assim novamente esta temporada, mas os responsáveis do clube já estavam precavidos. Construíram uma equipa praticamente do zero, com alguns nomes fortes do campeonato, e os resultados são elucidativos. Quatro vitórias em cinco jogos, um registo impressionante, se tomarmos em conta que, ao longo de toda a temporada passada, o Dínamo apenas venceu em sete ocasiões.

“Mudaram as pessoas, a própria Direção e, por assim dizer, a forma de trabalhar, mas também há o factor sorte, pois quem cá esteve de certo deu o máximo de si para o melhor do clube”, explica Quirino, uma das muitas caras novas do plantel.

Recrutado ao vizinho Arrifanense, o talentoso jogador cedo deu nas vistas. Os dez golos que já apontou até ao momento representam uma das facetas do jogo deste ala/pivot, dono de uma técnica apurada, capaz de improvisar em momentos que poucos o arriscariam.

Quirino admite que “não estava à espera de um arranque tão forte”, mas já perspetivava “um início bom, porque temos trabalhado para isso”. Apesar de ocupar o segundo lugar da tabela, em igualdade pontual com a Juventude de Fiães, os objetivos do Dínamo Sanjoanense passam pela “simples manutenção”. “Nem poderia ser de outra maneira para uma equipa que desceu no ano passado”, completa.

Do futebol para o futsal
Tal como muitas outras crianças da sua geração, Quirino iniciou-se no futebol. O Feirense, “o clube da minha terra e que amo”, acolheu-o, e o então avançado fez questão de agradecer a confiança com golos, muitos golos. “Fui um dos melhores marcadores da formação, com enorme orgulho”, atira, ele que acabaria por passar, ainda, pelos juniores do Arrifanense.

Chegado a sénior, Quirino decidiu dar um rumo diferente à carreira. Trocou os relvados pelo taco, mas desde que houvesse uma bola metida ao barulho, o miúdo sorria.
“A adaptação no futsal foi fácil. Tive sorte nas pessoas com quem comecei o meu percurso, desde Direções a jogadores com imensa qualidade e paciência para fazerem de mim o que sou hoje. É uma modalidade diferente mas a essência é a mesma: bola, inteligência e qualidade”, explica o jogador.

Estreou-se no futsal no entretanto extinto S. João de Ver, à data a militar na 3.ª Divisão Nacional. Seguiram-se experiências na Casa do Porto de Lourosa, no Feirense, na Associação Cultural de S. João de Ver e no ISPAB, tudo equipas que, entretanto, desapareceram. A estabilidade, essa, reencontrou-a em Arrifana, onde deixou a sua marca.

Esta época, aceitou o desafio proposto pelo Dínamo Sanjoanense, mas Quirino ainda sonha com “um patamar superior”. “Nunca é tarde. Enquanto meter a bola na baliza, estou no céu, mas rápido se desce ao inferno. Basta ela começar a bater em alguém ou ir para fora”, diz.


Com muitos anos de futsal pela frente, Quirino espera, em primeiro lugar, “deixar marca no Dínamo Sanjoanense”, um clube que “tem feito um esforço enorme para dar boas condições”. “Não nos tem faltado com nada e bem merece ter um campeonato tranquilo”, acrescenta.

Segue-se o reencontro com o Arrifanense, no pavilhão que foi seu ao longo de três temporadas. De que forma Quirino poderá surpreender velhos conhecidos? A resposta será dada amanhã.

Fotografia
Diogo Pereira
18 de Novembro de 2016
Rui Santos
ruisantos@afatv.pt
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