De um final de jogo eletrizante, com cinco golos nos últimos quatro minutos, sobressaiu a frieza de Ricardo Xavier que, com um 'bis' tardio, carimbou um difícil triunfo para a CP Esgueira (4-3), na receção ao Novasemente GD, para a nona jornada do Campeonato Grande Hotel de Luso. Até ver, os aveirenses têm conseguido melhores resultados no seu pavilhão, realidade que o pivô não consegue explicar. “O problema tem sido mesmo a questão da eficácia”, atira.

No que concerne ao desporto, as coisas foram surgindo um bocadinho fora de tempo na carreira de Xavier. Chegou ao futebol tarde, já adolescente, mas ainda se estreou como sénior, no GD Beira-Vouga. “Nessa época, joguei 90 minutos. Até dizia, a brincar, que era o jogador mais eficaz da equipa porque tinha um golo em 90 minutos”, recorda.

A escassa utilização e a aversão aos lances disputados com a cabeça levaram-no a aceitar, em 2013, o convite do então treinador da CP Esgueira para experimentar o futsal. E assim nasceu uma história de amor correspondido. “Podemos dizer que é o clube do meu coração. No Esgueira, fui ganhando amigos e, quando assim é, fica mais difícil abandonar. Ando no futsal também para me divertir e para passar um bom bocado com as pessoas de que gosto. Não fazia sentido trocar”, conta.

Apelidado pelo colega de equipa, Lucas Dalcol, de Ferrão, em alusão ao pivô internacional brasileiro que marcou uma era no Barcelona, Ricardo Xavier viveu, no último sábado, um final de tarde para recordar nos próximos tempos. Com dois golos num curto espaço de tempo, revelou-se decisivo para o triunfo, por 4-3, no equilibrado duelo com o Novasemente GD.

“Não foi um jogo bem conseguido da nossa parte. Foi aquele em que não conseguimos criar tantas oportunidades de golo. No entanto, e apesar de termos tido um bocadinho de sorte, o resultado ajusta-se”, resume o jogador, que partilha os louros dos golos que apontou com os companheiros de equipa: “Se pensar bem, no golo da vitória, os meus colegas tiveram mais influência do que eu. Só tive que encostar para a baliza”. Um 'só' que tem muito que se lhe diga.

Até ver com uma carreira diametralmente oposta quando comparados os jogos em casa (quatro vitórias em cinco jogos) com os disputados longe de Esgueira, onde soma apenas um ponto, a equipa aveirense vai-se mantendo na zona intermédia da tabela, no Campeonato Grande Hotel de Luso.

“Não há grande ligação. Em casa, jogamos perante o nosso público, temos tido sempre casas cheias e talvez isso dê uma motivação extra, mas falta-nos, sobretudo, alguma consistência. Falhamos muito na frente e isso causa-nos alguns dissabores. Essa tem sido um bocadinho a nossa cara”, remata Ricardo Xavier.

Equilíbrio e muito golos marcam nona jornada
A invencibilidade do Lusitânia de Lourosa FC no Campeonato Grande Hotel de Luso foi colocada à prova pela ACD Azagães, que esteve por duas vezes na frente do marcador, mas não conseguiu evitar o desaire por 3-5. Vigário, com dois golos, destacou-se nos lusitanistas.

Num jogo de emoções fortes, o FC Mozelos triunfou na casa da AJ Fiães por 4-6, depois de ter ido para o intervalo a perder por 3-0. Luís Cruz foi uma figura importante na reviravolta mozelense, com um 'hat-trick'.

CD Arrifanense e FC Barcouço empataram a uma bola, enquanto a AD Travassô passou incólume na Gafanha (1-5), tal como o CRECUS em Ossela (2-4), numa partida em que Marcelo Carvalho e Cristiano Silva bisaram.

Nota final para o regresso às vitórias da AD Arsenal de Canelas, três jogos depois, que levou de vencida a ARCA por 6-4. Cláudio Chipelo e Jorge Pinto bisaram pela formação de Estarreja.

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CPE Futsal