Os 27 golos que apontou e o perfume do seu futsal fizeram de Diogo Pereira o melhor jogador da última edição do Campeonato Grande Hotel de Luso, prémio atribuído na última Gala da Associação de Futebol de Aveiro (AFA), realizada em Oliveira do Bairro. O seu talento é por todos reconhecido, mas o que poucos saberão é que Diogo só chegou ao futsal no escalão sénior e que fez formação no futebol como guarda-redes. Esta história promete.

Natural de Vila Nova de Gaia, Diogo cresceu a sonhar em fazer carreira no futebol a tentar evitar golos dos adversários. Defendeu as balizas de vários clubes no distrito vizinho do Porto, terminando a formação no Gondomar, então na 2.ª Divisão Nacional de Sub-19.

Já se sabe que a transição para sénior é sempre desafiante, mas Diogo Pereira levou a ideia ao extremo. Tirou as luvas, pendurou as chuteiras e mudou-se para o futsal, modalidade que o pai também praticou. “Como sempre o acompanhei, consegui perceber melhor o jogo”, conta, enquanto admite que as exigências da Faculdade também pesaram na decisão.

Habilidoso com os pés - “essa era uma das minhas vantagens no futebol” -, não demorou a demonstrar a sua qualidade nos pavilhões como ala, primeiro no Balantuna e depois no Póvoa Futsal, antes de se mudar, na época passada, para o FC Mozelos, então na 3.ª Divisão Nacional.

A meio dessa temporada transferiu-se para o Lusitânia de Lourosa FC, do Campeonato Grande Hotel de Luso, clube que tornou a representar em 2022/2023. O nível do seu jogo valeu-lhe o prémio de melhor jogador do ano, “um marco importante e que dá sempre um gosto especial”.

Apesar de o objetivo principal dos lusitanistas, “que era a subida de divisão”, não ter sido alcançado, Diogo fala, ainda assim, numa “temporada positiva”. “Tivemos uma mudança de treinador e perdemos alguns jogadores, mas ainda conseguimos lutar até à última jornada (pelo título), quando, dadas as condições, não seria assim tão fácil fazê-lo”, sublinha, ele que ficou agradado com o nível do futsal em Aveiro.

“O campeonato é muito competitivo. Há massas associativas muito fortes em quase todas as equipas, o que torna todos os jogos mais difíceis e com um ambiente melhor, mais aguerrido. Tivemos jogos muito difíceis contra adversários que quase desceram de divisão. As equipas estão mais preparadas para conseguir roubar pontos a todos”, analisa.

Até por isso, a distinção como MVP do Campeonato Grande Hotel de Luso “ajuda a encarar a próxima época com mais serenidade e confiança”, ou não fosse sempre “importante ver reconhecido o nosso trabalho”.