Pela segunda temporada consecutiva, a ACD Gião, da 2.ª Divisão Distrital, marca presença nos quartos de final da Taça de Aveiro, objetivo garantido, em 2024/2025, com uma recuperação incrível diante da primodivisionária AJ Fiães (6-5, após prolongamento). Num dérbi pouco óbvio, houve até quem rezasse a pedir a 'remontada' gionense. E ela lá acabou por acontecer.
Ao intervalo, o cenário não era o mais animador para a ACD Gião, que perdia por 3-0. “A primeira parte começou com uma expulsão, o que acaba por afetar um bocado a equipa. Estudámos o adversário e não queríamos ter sofrido tão cedo, mas acabou por acontecer. Sofremos três golos na primeira parte relativamente 'dados'”, recorda Sandro Vieira.
A palestra no balneário “serviu para encorajar e dar apoio” à equipa, mostrando-lhe que era possível “dar a volta ao jogo”. Na bancada, “um miúdo da formação do Gião começou a rezar, de joelhos no chão”, descobriu Sandro após a partida, e a verdade é que as coisas tomaram um rumo diferente na segunda parte.
A equipa gionense começou por encurtar a diferença para a margem mínima (3-2), com dois golos de Sandro, mas viu a AJ Fiães tornar a marcar a meio da etapa complementar. O 4-2 perdurou até aos últimos dois minutos, altura em que Afonso Rodrigues e Gonçalo Dapão marcaram e levaram a decisão da eliminatória para o prolongamento.
“Foi emocionante. É de realçar a atitude dos meus companheiros de equipa, que não viraram a cara à luta. Foi até ao último segundo”, elogia Sandro Vieira, ele que acabaria por apontar o golo decisivo (6-5), a um minuto do fim do tempo extra.
“É um dérbi que toda a gente gosta de ganhar. Sendo a eliminar, ainda dá mais gosto”, admite o pivot da ACD Gião. O jovem que pediu a ajuda divina para a reviravolta “emocionou-se no final do jogo”. “Só soube disso depois. No próximo jogo ele vai entrar em campo comigo e vamos fazer uma coisinha engraçada com os miúdos”, conta Sandro Vieira.
Apesar de não serem propriamente vizinhas – são de freguesias diferentes e distam mais de seis quilómetros entre si –, a eliminatória da Taça de Aveiro de futsal foi vivida num ambiente de dérbi, uma vez que as duas equipas partilham o mesmo pavilhão, na Escola EB 2,3 de Gião. “Os adeptos estavam mais nervosos, mais envolvidos para este jogo. Na bancada estava bastante gente. Assim é sempre bom”, admite o jogador gionense.
De regresso aos quartos de final da Taça de Aveiro, um ano depois, a ACD Gião tem tudo perfeitamente alinhado quanto às suas prioridades para a temporada. “Este ano, o nosso objetivo é, claramente, conseguir a subida de divisão. É claro que todos ambicionam chegar a uma final da Taça. Vamos sonhando e vendo”, remata Sandro Vieira.
Ronda pautada pelo equilíbrio
A ACD Gião é o último resistente da 2.ª Divisão Distrital na Taça de Aveiro de futsal. Isto porque Branca Activa SC (3-4 frente à ARCA), ADC Vila Nova de Monsarros (4-1 em Barcouço) e FC Arouca (3-4 diante da AD Arsenal de Canelas) foram afastados nos oitavos de final.
O detentor do troféu, CD Arrifanense, recuperou de uma desvantagem de dois golos em Ossela para vencer por 2-3, enquanto a AD Travassô bateu a CP Esgueira (3-1), o CRECUS derrotou o GD Gafanha (3-0) e o Lusitânia de Lourosa FC levou de vencida a ACD Azagães (4-2).
Fotografia
Rbcs.raw
5 de Março de 2025