Chapinha dá prioridade ao grupo e abdica do hat-trick no triunfo da AA Avanca

Poder assinar um 'hat-trick' num jogo é algo que nenhum futebolista desdenha. Chapinha não foge à regra, mas isso não significa que a sua prioridade seja essa, como ficou explícito no triunfo da AA Avanca frente ao FC Pampilhosa, por 3-0, na 21.ª jornada do Campeonato SABSEG. “O que importa é ganhar”, vinca o avançado, que bisou ainda na primeira parte e abdicou de tentar o terceiro golo, perto do fim, em prol do grupo.

Aos 40 minutos da partida com o FC Pampilhosa, a AA Avanca ia bem lançada para regressar aos triunfos no campeonato, sete jogos depois. Por essa altura, Chapinha completava o 'bis', de penálti, deixando a Atlética mais confortável no jogo. “Entrámos bem e fizemos um golo cedo. As oportunidades foram aparecendo e fomos conseguindo marcar. Depois, conseguimos gerir bem os momentos do jogo”, recorda.

Perto do fim, a AA Avanca beneficiou de nova grande penalidade, abrindo-se a oportunidade de Chapinha voltar a faturar. Porém, naquele momento, valores mais altos se levantaram. “Para mim, o 'hat-trick' não é importante. Já disse várias vezes no balneário que, na fase que estamos a atravessar, não é importante quem faz o golo, mas sim ganhar e fazer pontos para dar moral à equipa. Achei que ele (Braima Camará) devia bater o penálti, após o ter sofrido. É um jogador que nos vai poder ajudar muito e que estava a precisar de moral e de marcar. Falei com o treinador, porque sou eu quem bate as bolas paradas, e ele disse para fazer o que achasse melhor. Achei por bem dar-lhe a bola (a Braima Camará) para ele fazer o golo de penálti”, conta o avançado.

Perdeu-se um registo pessoal, recuperou-se outro, uma vez que Chapinha tornou a bisar num jogo mais de oito anos depois de o ter conseguido, curiosamente, também frente ao FC Pampilhosa, mas com a camisola do Anadia FC (5-1), então no Campeonato de Portugal.

“Não sabia que era há tanto tempo, mas tinha uma ideia. Sou um jogador que não costuma fazer muitos golos. Às vezes, não arrisco chutar à baliza quando devia de o fazer, tento encontrar uma linha de passe mais viável para que seja mesmo golo. Às vezes, posso ter pecado um bocado por isso”, comenta.

No último fim de semana, a AA Avanca alcançou o triunfo mais dilatado da temporada, um sinal de que “a equipa já está a assimilar bem aquilo que a equipa técnica pede” e que, “daqui para a frente, só pode melhorar”. “Acredito que podemos obter melhores resultados, mais vitórias e que nos vamos manter no Campeonato SABSEG. A equipa já está melhor, já se entende melhor”, acrescenta o avançado.

Aos 32 anos, Paulo Baptista, por todos reconhecido como Chapinha devido ao seu pai, mantém-se no futebol pela paixão pelo jogo e para “ajudar os mais novos a poderem chegar o mais longe possível”.

“Com a idade que tenho, já não está em questão pensar noutros patamares. Pode acontecer, mas não me passa pela cabeça”, admite, ele que chegou a disputar a Liga 2 pelo CD Feirense, ainda jovem, na temporada 2013/2014.

“Não digo que tenha sido o ponto alto da minha carreira. Chegar à 2.ª Liga tão jovem foi bom e um sonho, como também o era poder chegar mais longe. O ponto alto foi quando estive no Campeonato de Portugal a jogar em equipas que lutavam pela subida de divisão”, remata.

Fotografia
Associação Atlética de Avanca

13 de Fevereiro de 2025