Na viagem entre Cesar e Oliveira do Bairro, o presidente do FC Cesarense, Luís Pinho, lembrou-se, a dada altura, de perguntar se a equipa tinha treinado a marcação de grandes penalidades caso a eliminatória da Taça PECOL, frente aos 'falcões do Cértima', chegasse a esse ponto. Braima Mané respondeu-lhe, confiante, que a coisa não ia chegar a tanto, que tudo ia ficar resolvido antes, mas não ficou e foi mesmo necessário desempatar o jogo (2-2) dessa forma. Mané, que tinha apontado o golo que manteve os nortenhos vivos no encontro, acabou por falhar a sua tentativa, mas o saldo final foi favorável à equipa de Oliveira de Azeméis, que se apurou para os quartos de final da Taça após uma autêntica maratona de penáltis.

O avançado, de 23 anos, foi lançado no jogo poucos minutos antes de apontar o 2-2, de cabeça, na sequência de uma boa jogada coletiva da equipa. “O treinador pediu-me para fazer aqueles movimentos de rutura para a baliza. Tentei fazer o que pediu e, no final, deu certo”, conta o jovem guineense, que nunca deixou de acreditar na vitória no tempo regulamentar. “Sentíamos que podíamos marcar mais um golo, para ganhar o jogo antes dos penáltis, mas não deu”, o que precipitou uma forma de desempate que muitos consideram uma lotaria e outros uma demonstração de competência.

O FC Cesarense acabou por ser mais eficaz e selou o apuramento para os quartos de final da Taça PECOL, mas Mané avisa que não quer ficar por aqui. “Queremos chegar à final. Disseram-me que é uma grande festa e nós queremos lá estar”, sublinha, acrescentando que a vitória foi dedicada ao companheiro Eridson, que se lesionou na partida anterior, a contar para o Campeonato SABSEG, prova em que está o principal foco da equipa de Cesar neste momento. “Não estamos numa boa fase e precisamos de ganhar alguns jogos para aumentar a confiança”, vinca o atacante.

Aos 23 anos, Braima Mané continua a sonhar com os grandes palcos do futebol. Foi isso, aliás, que o levou a mudar-se para Portugal ainda jovem, a convite do Casa Pia. “Era o meu último ano de júnior, mas como não havia equipa de Sub-23 tive de sair”, lembra. Iniciou aí um périplo por diversos pontos do país, de Viana do Castelo ao Algarve, até que se deixou render pelos encantos de Aveiro e do Campeonato SABSEG.

“Não queria jogar no distrital, mas o meu empresário conversou comigo e vim. Estou feliz aqui”, confessa, elogiando um campeonato “muito competitivo” e que, por exemplo, tem “mais jogos” do que o Campeonato de Portugal, prova que já disputou em épocas anteriores.

Avançado móvel, capaz de desempenhar várias funções no ataque, Braima Mané, que começou a temporada ao serviço do FC Pampilhosa, cresceu a admirar craques como Ronaldo, Drogba ou Samuel Eto'o. “Alguns treinadores gostam de me colocar a ponta de lança, outros na linha. É por isso que tenho muitas referências”, contextualiza.

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Futebol Clube Cesarense