Academias AFA: Um SC Beira-Mar eclético na rota da evolução

No pódio dos clubes com maior número de atletas federados inscritos na Associação de Futebol de Aveiro (AFA), o SC Beira-Mar destaca-se pelo ecletismo, registando forte presença quer no futebol quer no futsal. Afonso Miranda, presidente do clube, sublinha o desenvolvimento levado a cabo nos últimos anos e aponta o caminho da ambição rumo a um crescimento sustentado.

“Quantidade não é sinónimo de qualidade, mas, tendo em conta passado recente do SC Beira-Mar, em que tínhamos uma formação com muita debilidade por conta da falta de infraestruturas, o que afastava inevitavelmente alguns atletas e bons treinadores, neste momento mostramos que a tendência se inverteu e que estamos em claro crescimento, em número e em qualidade”, começa por salientar o dirigente, em declarações à AFA TV, vincando que os números atuais são encarados pela estrutura “com grande satisfação e com a constatação de que o trabalho está ser bem feito”.

Para isso, diz, em muito contribuiu “o novo complexo desportivo”, que “trouxe muitos frutos, nomeadamente na formação”, e ao qual se juntará “um novo espaço para as nossas modalidades indoor”, projeto que já vê “luz ao fundo do túnel” e que deve estar concluído “no espaço de um ou dois anos”.

Esta infraestrutura poderá acolher, entre outras, a modalidade de futsal, que constitui um “orgulho” para o emblema aveirense. O futsal orgulha-nos porque se reinventou e teve capacidade de começar a pirâmide por onde ela deve começar, por baixo. Alargou muito o número de miúdos mais pequenos e, agora, temos feito a escadinha. Já anunciámos que no próximo ano vamos ter seniores, para dar seguimento à formação”, destaca Afonso Miranda, que não esquece também os restantes desportos sob alçada do SC Beira-Mar:

“Eu costumo dizer que o SC Beira-Mar é conhecido pelo futebol, mas não é só futebol. Há muito mais que isso. São 12 modalidades e 1.100 atletas a praticar desporto todos os dias. É uma comunidade desportiva muito grande”.

Uma comunidade que se quer, portanto, fiel às origens, como se comprova pela criação de uma equipa sénior de futsal para a próxima temporada, num claro reforço da modalidade e da retenção de talento. “O que sentimos nos últimos tempos é que os atletas acabavam necessariamente por ter de ir para outros clubes porque nós não conseguíamos dar seguimento, por falta de espaços. O objetivo é dar seguimento à formação, dar oportunidade aos jogadores de continuarem no clube com o qual se identificam e, no fundo, completar a pirâmide”, sustenta o responsável, que não foge a uma avaliação, ainda que “suspeita” do trabalho realizado:

“Dentro do ecletismo, o futsal ganha força e o futebol é a modalidade âncora do SC Beira-Mar. Quer-me parecer, com muita convicção, que o clube está a melhorar a olhos vistos. Temos um equilíbrio financeiro brutal, que faz inveja à maior parte dos clubes a nível nacional, temos uma infraestrutura para o futebol que é das melhores a nível nacional, ao alcance de poucas equipas na II e na I Ligas, e em termos sociais somos o maior clube da região, com um número de sócios e adeptos nos estádios e pavilhões que também criam inveja. Acho que estamos no caminho certo e queremos dar sequência a este crescimento, para voltarmos aos tempos áureos. Obviamente que não me refiro só a resultados, mas também ao número de atletas, ao apoio social e ao envolvimento da região com o clube. Isso tem sido feito e não temos porque parar esse crescimento”, defende.

Num contexto positivo, a ambição ganha força, mas o plano para o futuro está bem traçado. “Costumo colocar as coisas desta forma: tínhamos um problema financeiro que foi ultrapassado; tínhamos um problema de infraestruturas que foi semi-ultrapassado com o novo complexo desportivo e que termina quando tivermos um pavilhão com capacidade para receber as nossas modalidades - e que sabemos que está em andamento; e tínhamos um problema social, fruto das insolvências, da SAD e de tudo o que isso trouxe de mau ao SC Beira-Mar, que também está ultrapassado, porque verificamos um número considerável de sócios e pessoas no estádio, que vai aumentar se continuarmos a saber tratar bem as pessoas”, atesta Afonso Miranda, que abre a porta para o próximo passo:

“Agora, falta a criação de uma SAD, que é um passo que será dado, em princípio, até final desta época, que vai permitir alavancar o futebol profissional e, ao mesmo tempo, libertar as receitas que o clube tem para as modalidades amadoras, de pavilhão. Quando o fizermos, conseguiremos ter uma capacidade financeira muito grande para catapultar o clube nessas modalidades para outras ligas, divisões e ambições”, conclui.

18 de Fevereiro de 2023
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