Academias AFA: "Um maior nível de organização permite ao clube não estar dependente de ninguém"

Seja nos relvados ou nos pavilhões, o SC São João de Ver é, atualmente, um bom exemplo de integração no programa de entidades formadoras promovido pela Federação Portuguesa de Futebol. O emblema 'malapeiro' recebeu uma avaliação de quatro estrelas no futebol e de três estrelas no futsal feminino, sinal do empenhamento colocado num processo que, “internamente, ajuda os clubes a se organizarem melhor”.

Para o responsável pelo departamento de formação no futebol, “é muito importante atribuírem-nos as quatros estrelas como reconhecimento do nosso trabalho”, algo que permite “continuar a angariar novos atletas e contribui para manter os que temos”, que rondam os 180.

Filipe Loureiro acrescenta que “existe um projeto, que está para arrancar brevemente, de remodelação do campo da formação”, que considera “muito importante” para o futuro do SC São João de Ver.

No futsal feminino, que conta com cerca de 40 atletas nos seus quadros, a avaliação obtida foi recebida com satisfação. “É alguém de fora a dizer que estamos no caminho certo”, explica Ana Sofia Ferreira, coordenadora e treinadora no clube.

Para além disso, a certificação é um meio para a evolução do projeto também ao nível das competições. “Sabemos que a avaliação impede ou facilita a entrada em determinados campeonatos. Se queremos atingir patamares mais altos no futsal feminino, também temos de procurar ter a certificação adequada”, nota a responsável.

As duas modalidades crescem em sintonia, em São João de Ver. “Acho que é um projeto que tem pernas para andar em conjunto. Dá ideias para projetar no futuro e permite um intercâmbio entre as duas modalidades”, refere Filipe Loureiro, que explica o que mudou no clube com o processo de certificação.

“Em termos de organização, mudou muito. O departamento médico foi o que evoluiu mais. Antes do processo tínhamos dois massagistas, agora temos quatro e ainda dois fisioterapeutas. Em termos administrativos também. Os treinadores entraram noutra realidade. Agora podem trabalhar numa plataforma e, mesmo em termos de equipamentos de treino, o clube está muito bem apetrechado. No marketing, neste momento temos duas pessoas. Isso ajuda muito a dimensionar o clube para outros patamares”, explica.

Ana Sofia Ferreira acrescenta que o processo de certificação como entidade formadora “permite documentar tudo e ajuda os clubes a se organizarem melhor”.

“Às vezes, tínhamos uma ideia, mas não a desenvolvíamos de forma planeada. Um maior nível de organização permite ao clube não estar dependente de ninguém. Quem chegar ao clube, olha para os documentos e consegue perceber como ele funciona”, completa a coordenadora do futsal feminino do emblema sanjoanino.

O processo de certificação de entidades formadoras iniciou-se em 2015, tornando-se num fator obrigatório para que os clubes pudessem registar contratos de formação desportiva. De lá para cá, evoluiu para um modelo de qualificação dos processos de formação dos praticantes, bem como da organização desportiva dos clubes.

Para além disso, a certificação como entidade formadora é uma das exigências para os clubes receberem dividendos de transferências de atletas que passaram pela sua formação e poderem participar nos campeonatos nacionais.

Fotografia
Associação de Futebol de Aveiro

1 de Março de 2025