O papel do futebol, enquanto jogo desportivo coletivo, na formação de atletas/homens (parte 2)
Para que a convivência em grupo possa decorrer de forma organizada e ordeira, há a necessidade da criação de regras. Aqui, os atletas começam a perceber que elas são necessárias e que o respeito pelas mesmas é fundamental. Espaços comuns ao grupo, como o balneário e o campo de treino, são capitais neste processo.

Desde cedo, é incutido nos jovens praticantes a necessidade de preservar estes espaços (noções de valorização e respeito pelos espaços comuns) e obedecer às normas de funcionamento do mesmo, para além de saberem usufruir de condições que são proporcionadas pelo clube, estimando e preservando as mesmas, para que o “próximo” possa também fazê-lo.

Dentro do grupo, o jovem praticante começa a aprender a lutar por objetivos comuns, a aprender a trabalhar em grupo e a cooperar com os colegas. É aqui, também, que os jovens começam a perceber que os objetivos individuais não se podem sobrepor aos do grupo. Muitas das vezes há dois atletas que rivalizam por uma posição dentro da equipa e, ao mesmo tempo, são os melhores amigos. No fundo, aprendem a “lutar” por um lugar na equipa de forma sã. Esta postura é um excelente ensinamento para o futuro, onde o jovem aprende que para atingir os seus objetivos não precisa de derrubar ninguém.

A competitividade é, também, um aspeto que pode ser fundamental na formação do jovem praticante. A necessidade de superação constante é, no fundo, um combate à acomodação.

Para que exista esta competitividade é fundamental o processo de treino ser bem dirigido e atrativo para o jovem praticante. Ele tem que perceber que, em cada treino, tem a oportunidade de evoluir e de ser melhor. Para além da atividade física, do desenvolvimento motor que acontecem com o treino, estão subjacentes alguns dos pontos referidos anteriormente, como o respeito de regras, cooperação, superação e as relações interpessoais.

O facto de praticarem desporto começa também a ser uma escola no que diz respeito aos cuidados com a alimentação, que vão desde o cumprimento de horários que antecedem as sessões de treino/jogo, até à escolha dos alimentos. Aqui, há uma preocupação cada vez maior por parte dos clubes em ter um nutricionista a acompanhar/aconselhar os atletas e os pais sobre o que comer/beber, bem como quando o fazer.

A competição vem enriquecer ainda mais esta aprendizagem por parte dos atletas, que percebem que é necessário saber respeitar as decisões do treinador, cumprir as regras, cooperar com os colegas, respeitar as prestações dos colegas, respeitar o adversário, saber ganhar, saber perder, saber empatar, respeitar o árbitro, ter a noção de representação de um clube…

Uma série de pequenos detalhes que se revelam importantíssimos na formação destes jovens praticantes, quer como atletas, quer como homens. 

Tiago Oliveira
Treinador de Futebol UEFA PRO LICENCE

*Na terceira, e última, parte, perceba qual o papel dos pais no processo de formação dos seus filhos.
21 de Setembro de 2016
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