O domador do leão
Com a camisola do Rio Ave, infernizou a vida ao Sporting, clube que, ironicamente, o havia dispensado na juventude, e passou a constar no vocabulário corrente do mediático mundo da bola. Gil Dias, nascido para o futebol na Gafanha e moldado na academia da Sanjoanense, tem tudo para vingar no futebol. Palavra de quem o viu crescer com a bola nos pés.

Os primeiros passos foram dados perto de casa, no Complexo Desportivo do Gafanha. "Era um miúdo muito rápido, que, mesmo em campos de futebol de 7, conseguia isolar-se facilmente e fazer muitos golos", recorda Ernesto Mónica, que coordenava os escalões de formação do clube naquela altura.

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Ele estava integrado numa equipa que foi campeã distrital de Escolas A no ano seguinte, mas nela havia um ou dois miúdos que sobressaíam, e o Gil era um deles", completa. As boas prestações chamaram a atenção do Sporting, que o "convidou a fazer alguns treinos". A avaliação foi positiva, e os clubes acordaram que, "para não ficar longe de casa naquela idade (10 anos), o menino treinava cá e ia jogar lá ao fim de semana", recorda Ernesto Mónica.

A experiência no Sporting durou apenas uma temporada. Fechado o capítulo nos leões, Gil optou por prosseguir a carreira na Sanjoanense, onde passou as cinco temporadas seguintes.

Miguel Pinto, técnico que o orientou nos juvenis aurinegros, recorda "um ganhador por natureza", mas que, "acima de tudo, gostava de jogar". Apesar de "ser um pouco introvertido", revelava-se "muito generoso" para com os companheiros de equipa. "Era tudo menos uma pessoa egocêntrica. Gostava quando fazia jogadas e dava golos a marcar. Era um jogador de equipa", comenta o treinador.

Pelos atributos que via em Gil Dias, Miguel Pinto não escondia alguma surpresa por, "quando ele estava nos juvenis da Sanjoanense, ninguém dos clubes maiores lhe pôr o olho em cima", mas "sabia que ele ia lá chegar".

Em 2013/2014, o Sp. Braga não ficou indiferente ao seu talento, tendo-o recrutado para os juniores, que se sagrariam campeões nacionais nessa época. Daí saltou para o Monaco, onde apontou nove golos pela equipa B. Em janeiro, foi cedido pelos monegascos ao Varzim, da 2.ª Liga. O impacto foi imediato, ao ponto de Nuno Capucho o ter levado consigo para o vizinho Rio Ave.

 um jogador que vai amadurecendo as ideias do seu treinador e, a pouco e pouco, vai ganhando o espaço dele, até que se torna numa peça fulcral na equipa onde joga", refere Miguel Pinto, nada surpreendido com a evolução do avançado: "O Gil era, e se calhar ainda é, um diamante em bruto. Era um jogador em que se via potencial para poder ter um percurso bastante promissor no futebol. Acho que, daqui para a frente, se continuar com a atitude que sempre teve, tem potencial para chegar mais longe. Mas ele sabe que só trabalhando nos limites é que poderá lá chegar".

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22 de Setembro de 2016
Rui Santos
ruisantos@afatv.pt
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