Por norma, são os adeptos que puxam pelos clubes, que os fazem crescer e tornarem-se mais fortes. Mas situações há em que os papéis se invertem, sobretudo quando uma pandemia assola o país e obriga ao confinamento de grande parte da população.

Entre aqueles que hoje se resguardam de um vírus que já vitimou centenas de pessoas só no nosso país estão fãs fervorosos de futebol, alguns mais vulneráveis ao perigo atual, por figurarem nos grupos de risco da Covid-19. Foi a pensar neles que a JuveForce, emblema de Ponte de Vagos, decidiu criar a iniciativa 'Conta Connosco', que visa levar bens essenciais a pessoas com mobilidade reduzida, dificuldades motoras ou com mais de 65 anos.

“Sentimos que a comunidade esteve sempre connosco e nos ajudou em todas as atividades. Chegou a altura de ser o clube a retribuir”, explica Xavier Prior, um dos capitães da equipa, que compete na 2.ª Divisão Distrital. O objetivo é “proteger as pessoas que podem vir a sofrer mais com esta situação, que estão nos grupos de risco”, até porque “precisamos dessas pessoas bem”. “Queremos ajudar toda a família JuveForce”, sublinha.

O processo é simples. Os interessados devem fazer os seus pedidos através das redes sociais do clube ou pelo número 936 341 554. Dependendo da lista, jogadores e diretores da JuveForce, que se voluntariaram para esta causa, deslocam-se à padaria, ao supermercado ou à farmácia para fazerem as compras. Enquanto for possível, os bens serão doados às famílias que aderirem à iniciativa, sendo que o clube disponibilizou a sua carrinha para se proceder à distribuição dos mesmos.

Satisfeito pela recetividade que o projeto tem tido, o responsável explica que, numa fase inicial, os voluntários vão proceder às entregas quinzenalmente. “Toda a precaução é pouca, numa altura sensível. O clube está solidário com todas as pessoas”, salienta o jogador, de 25 anos, que é engenheiro. Para além desta iniciativa, o movimento 'Conta Connosco' tem procurado “partilhar algumas recomendações importantes para a população idosa”, para a qual “não é fácil ficar em casa”. “Tentamos mostrar a importância de uma chamada, de um contacto com eles, para que tenham calma e dizer-lhes que tudo se há de resolver”, conclui.

Fotografia
JuveForce - Ponte de Vagos