Foi preciso esperar dez jornadas para ver o Famalicão pontuar pela primeira vez no Campeonato Safina, mas em Arcos, Anadia, a esperança em conseguir uma inédita manutenção no principal escalão de Aveiro continua em alta. “Há que contar connosco até ao fim”, atira André Lopes, autor do segundo golo no triunfo diante do Alba (2-1), ele que promete uma equipa a “lutar para que venham mais vitórias”.

Depois de uma época imaculada na Série D da 2.ª Divisão Distrital, a qual conquistou com relativo à-vontade, o Famalicão viveu o outro lado no arranque da atual temporada. “A maior parte da equipa nunca competiu a este nível”, lembra André Lopes, que recorda “uma série de três, quatro jogos seguidos muito complicados”, o que também não ajudou. “Depois houve a mudança de treinador. As coisas não estavam a sair bem, mas estamos a crescer”.

Para o defesa, entretanto transformado em médio, havia “um bocado de falta de confiança”, natural numa “equipa muito jovem”, que precisava de se “habituar aos jogos deste campeonato, que são completamente diferentes”.

A série negra de resultados não abalou o balneário. “Sempre fomos muito unidos e acreditámos no nosso valor”, uma crença que ajudou a inverter a espiral negativa em que a equipa se encontrava. Mas atenção: “Só esta vitória não nos leva a lado nenhum. Ela só faz sentido se dermos continuidade a este trabalho”.

É que “ainda não há um fosso muito grande entre as equipas”, prossegue André Lopes, para quem “o Famalicão está dentro da luta” por um objetivo inédito: “Estamos a tentar fazer história no clube, que é alcançar a manutenção, o que nunca foi conseguido. Queremos ganhar estabilidade nesta divisão”.

Aos 22 anos, André divide o tempo entre o futebol e o trabalho na loja dos avós. “Dá para conciliar bem as duas coisas”, diz, com a mesma sinceridade com que aborda o futuro: “Já tive o sonho de ser jogador profissional, continuo a querer chegar o mais longe possível, mas ele está a morrer aos poucos”. Haja esperança.

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